SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A farmacêutica Daniele Guedes Antunes, 38, foi morta a facadas pelo marido na casa em que moravam, na manhã deste domingo (7), em Santo André, na Grande São Paulo. O crime foi cometido na frente da filha de 11 anos do casal.
Christian Antunes dos Santos, 38, teria confessado o crime, de acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública).
A reportagem tenta contato com a defesa dele.
Segundo o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada às 8h15 para atender a uma ocorrência de violência doméstica no bairro Jardim do Estádio. Ao chegarem ao local, os agentes encontraram Daniele caída no chão, ferida. Christian estava ao lado dela e confessou ter esfaqueado a mulher.
A vítima chegou a ser levada pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
A faca usada no crime foi apreendida. A perícia foi acionada e o caso foi registrado como feminicídio no 6º Distrito Policial do município. O autor permanece preso à disposição da Justiça.
O casal estava junto havia cerca de 20 anos e tinha dois filhos, um jovem de 18 anos e a menina de 11, segundo a polícia.
A prima de Daniele, Íris Paula Miguel, disse que ela era vítima de violência doméstica.
"Ele era obcecado por ela e fez algumas ameaças. Falava que se ela não ficasse com ele não ficaria com mais ninguém. Já tinha agredido ela outras vezes. Eu até solicitei pra ela que a gente fosse na delegacia. Nós íamos vir aqui pra fazer o boletim de ocorrência, mas por fim ela acabou querendo dar uma chance", relatou.
"Agora, eu perdi ela por um motivo de ego. Eu não consigo entender. Se a pessoa não te ama mais, segue a sua vida, deixa a outra pessoa viver", afirmou.
O Conselho Federal de farmácia lamentou a morte. O presidente do conselho, Walter da Silva Jorge João, por meio de nota publicada nas redes sociais, ressaltou que não se pode fechar os olhos para uma situação como essa e destacou a urgência de medidas para enfrentar o machismo estrutural que sustenta o feminicídio.
"O conselho reforça que o silêncio diante de ameaças só favorece o agressor e que denunciar é um ato essencial de proteção e sobrevivência", afirmou.