RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - Pela internet, empresas oferecem rapel e bungee jump no viaduto Sumaré, na zona oeste de São Paulo. A reportagem conseguiu pré-agendar um salto, mesmo após o acidente que viralizou nas redes sociais. A prefeitura afirma que as práticas são proibidas.

Proibição x oferta

A prefeitura diz que esportes na ponte são proibidos. Em nota, a gestão Ricardo Nunes (MDB) afirma que rapel e bungee jump não são permitidos no viaduto Sumaré. A prefeitura diz realizar fiscalizações periódicas para coibir práticas irregulares.

A prática de esportes no local foi proibida em 2005. A prefeitura vetou o rapel na ponte após um acidente envolvendo um homem. A única exceção são eventos organizados pela própria administração municipal.

O subprefeito afirma que não há denúncias registradas. O coronel Telhada, subprefeito da Lapa, disse que a prefeitura age mediante denúncia ao canal 156 ou fiscalização direta, mas não há registros sobre o viaduto. Ele afirmou que não é possível manter equipes no local todos os dias.

Uma equipe de fiscalização foi ao viaduto após um vídeo anunciar um evento no domingo. Telhada relatou que enviou um fiscal ao local por volta das 10h após ver um vídeo circulando nas redes que divulgava um evento esportivo. Nada foi encontrado, e, segundo ele, "os caras ficaram com as barbas de molho".

A prefeitura pede que a população denuncie. Telhada disse que, ao receber uma denúncia, a subprefeitura atua de imediato. Ele afirmou que algumas empresas fazem clientes assinarem termos para assumir o risco e que "a pessoa faz porque quer".

Mesmo proibido, sites oferecem agendamento. Na segunda-feira, a reportagem do UOL conseguiu pré-agendar um rapel na ponte, anunciado a partir de R$ 74. A atividade foi marcada para a tarde do dia 11.

A empresa diz por mensagem que a atividade está suspensa, mas fala em "reserva futura". Após a confirmação do agendamento, o dono da empresa informou por WhatsApp que o rapel estava suspenso, mas deixou aberta a possibilidade de "reserva futura". A empresa não exibe qualquer aviso sobre possível suspensão no site ou no Instagram.

A empresa oferece rapel na ponte, de dia ou à noite. Há serviços nos formatos acompanhado ou monitorado, com preços que podem chegar a R$ 117, incluindo fotos. Também há opção de filmagem com drone mediante consulta. Para esta empresa, o que houve no viaduto foi um episódio envolvendo "equipe amadora". O dono da empresa disse que aguarda a "prefeitura autorizar novamente".

Outra empresa fala em interrupção por revisão de segurança. Também por mensagem, outra empresa disse que não tem "relação com problemas recentes" e informou que só retomará o rapel após revisar condições de acesso e obter confirmações necessárias. Uma funcionária disse que a suspensão ocorreu na semana passada. Segundo ela, as atividades foram paralisadas recentemente.

"Se fosse proibido, GCM e polícia impediriam", diz a funcionária. Questionada sobre a proibição, ela afirmou que nunca houve intervenção de agentes de segurança no local. Um morador da região disse que já presenciou viaturas no viaduto enquanto o esporte era praticado. A reportagem questionou a prefeitura e a Secretaria de Segurança Pública, mas não obteve resposta até publicação deste texto.

Um vídeo mostrou um acidente em salto na ponte. Na semana passada, viralizou a gravação de um salto de bungee jump em que uma mulher bate a cabeça na estrutura do viaduto Sumaré. O vídeo foi feito em outubro, mas só agora repercutiu e levantou questionamentos sobre a prática de esportes radicais no local.