SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Familiares do traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como "Peixão", foram flagrados hoje pela Polícia Rodoviária Federal e pela Polícia Civil do Mato Grosso do Sul tentando deixar o país. No veículo abordado pelos agentes foram encontradas joias com inscrições que faziam referência ao líder do tráfico.
QUEM É MANO ARÃO
Peixão ou "Mano Arão" é conhecido como líder da facção Terceiro Comando Puro, que rivaliza com o Comando Vermelho no Rio de Janeiro. Ele é hoje é considerado um dos criminosos mais procurados do Rio. A mulher dele, três filhos e um sobrinho de Peixão foram flagrados pela polícia hoje tentando deixar o país com uma "fortuna em joias".
Polícia apreendeu com os familiares de Peixão uma "fortuna em joias", algumas com as inscrições "Mano Arão". Um dos cordões de ouro tinha uma estrela de Davi com a inscrição "Israel Defense Force", em português, Forças de Defesa de Israel. À polícia, o sobrinho do traficante afirmou ser o dono das joias.
Peixão teria adotado o nome em referência a Arão, personagem bíblico irmão de Moisés. Há relatos de que os seguranças mais próximos do traficante passaram a ser chamados de Tropa de Arão. De acordo a Bíblia, Arão significa "o iluminado", "o elevado" além de ser o primeiro sacerdote dos israelitas.
Arão desempenhou papel crucial como porta-voz de Moisés e foi o "escolhido por Deus para liderar o sacerdócio", segundo citações bíblicas. Isso porque, de acordo com as citações bíblicas, Moisés tinha dificuldade para falar. Arão também é uma figura bíblica conhecida como líder pacificador. Durante a caminhada de quarenta anos no deserto, Arão serviu como líder e, em momentos de conflito, como pacificador.
TENTATIVA DE FUGA PARA A BOLÍVIA
Abordagem das equipes de policiais aos familiares de Peixão ocorreu na BR-262, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. As equipes da PRF foram acionadas pela Polícia Civil para abordar dois carros que seguiam da capital sul matogrossense para Corumbá, na fronteira com a Bolívia.
PRF havia recebido informações de que ele também estaria no comboio, mas não foi encontrado. Os familiares foram levados para a Polícia Federal do Mato Grosso do Sul, prestaram depoimento e foram liberados. Eles foram detidos por suspeita de lavagem de dinheiro, ocultação de bens e organização criminosa.
O grupo liderado por Peixão controla o chamado Complexo de Israel. O território é formado pelos bairros Parada de Lucas, Vigário Geral, Cordovil, Cidade Alta e parte de Brás de Pina, na zona norte do Rio de Janeiro.