SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que pode pedir intervenção e a caducidade do contrato de concessão com as empresas de ônibus, em caso de atrasos no pagamento do 13º salário.

Surpreendido com a paralisação de ônibus na tarde desta terça-feira (9), o prefeito subiu o tom e responsabilizou as empresas pelo caos na cidade.

"Todos os pagamentos [subsídios] da prefeitura às empresas de ônibus estão rigorosamente em dia, rigorosamente em dia. Portanto, todas as empresas têm obrigação de pagar seus funcionários. É inaceitável esta paralisação, e podemos pedir a intervenção e caducidade do contrato com essas empresas", afirmou o prefeito.

"O transporte coletivo não pode ser parado de uma hora para outra, por isso estou com pessoal da SPTrans fazendo boletim de ocorrência."

"[No caso da] empresa que não pagar em dia o 13º, vamos iniciar o processo de intervenção e caducidade. Não queremos empresas irresponsáveis atuando na cidade de São Paulo", prosseguiu Nunes, que não citou o nome das empresas que correm o risco de ter contrato rescindido.

Segundo a SPTrans, aderiram à greve as viações Ambiental, Campo Belo, Express, Gato Preto, Gatusa, Grajaú, KBPX, Metrópole, Mobibrasil, Movebuss, Sambaíba, Santa Brígida, Transppass, Transunião e Via Sudeste. Ao todo, 3,3 milhões de passageiros foram afetados.

Para contornar a greve, Nunes convocou para uma reunião, às 19h30 desta terça, donos de empresas e sindicalistas que defendem os funcionários.

"Eu não quero representantes das empresas, não. Quero os donos das empresas aqui. Eles não estão sendo convidados, estão convocados", afirmou o prefeito.

À TV Band Nunes afirmou que um sindicalista conhecido como Caixa enviou um áudio para funcionários solicitando que recolhessem os ônibus para dar início à paralisação. Os motoristas, então, recolheram os veículos.

"Eu falei com o presidente do Sindicato [Valdemir dos Santos Soares], e ele me disse que esta pessoa [Caixa] fez sem autorização. Ele deverá responder pelo ato criminal", disse Nunes.

"O transporte coletivo não pode ser parado de uma hora para outra, por isso estou com pessoal da SPTrans fazendo boletim de ocorrência. Isto é ato criminal", prosseguiu.

As empresas responsáveis pelo transporte coletivo na cidade enviaram pela manhã uma carta ao sindicato dos motoristas e trabalhadores em transporte rodoviário urbano pedindo mais prazo para realizar o depósito. Após uma negociação anterior, ele estava previsto para esta sexta-feira (12).

Soares, presidente do sindicato, diz que a proposta desagradou a parte dos funcionários. O sindicato planeja realizar assembleias na madrugada desta quarta-feira (10) para discutir o pedido das empresas.

Há possibilidade de uma greve formal ser votada.