SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os ônibus do transporte público de São Paulo circulam normalmente nesta quarta-feira (10) depois da paralisação na tarde de terça (9).

"A SMT (Secretaria de Mobilidade Urbana e Transporte) e a SPTrans informam que a operação das linhas de ônibus municipais está normal nesta quarta-feira (10)", informou a SPTrans.

Motoristas e cobradores recolheram os ônibus e iniciaram paralisação após as empresas adiarem o pagamento do 13° salário. O movimento começou na tarde desta terça e foi ganhando adesão de diversas viações.

Devido à greve, a prefeitura anunciou a suspensão do rodízio de veículos apenas durante a tarde.

Após reunião com empresas de ônibus, nesta terça-feira (9), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) anunciou o fim da paralisação de motoristas e cobradores.

"Temos o compromisso de todos os empresários que têm a concessão de serviço de transporte em São Paulo de honrar e fazer o pagamento do 13º [salário] de seus colaboradores no dia 12 [sexta-feira]", disse Nunes.

Ainda segundo o prefeito, para as empresas que não cumprirem o acordo, no dia seguinte, 13, será iniciado o processo de caducidade dos contratos.

"Não permanecerá com contrato com a Prefeitura de São Paulo a empresa que não honrar o pagamento do 13º dos seus colaboradores", afirmou o prefeito, que chamou o imbróglio desta terça de mal-entendido.

A reunião, que contou com 12 representantes de empresas de ônibus e dois do sindicato de motoristas, aconteceu na sala do prefeito, diante de dois telões com imagens de câmeras do programa Smart Sampa que mostravam terminais de ônibus e ruas vazias.

O empresário César Augusto da Fonseca, escolhido pelo grupo para falar aos jornalistas, disse que as viações erraram ao mandar uma carta ao sindicato com pedido para postergar o pagamento do 13º sem informar que seria por cinco dias.

Valdemir dos Santos Soares, presidente do sindicato, disse que outros direitos trabalhistas, tema de reunião no último dia 28, assim como o 13º, serão pagos nesta sexta.

Conforme ele, a data do dia 12 seria uma antecipação do dia 20. "Vai ser pago integral."

"O sindicato não é a favor disso [paralisação], mas a partir do momento que mexeram com os direitos dos trabalhadores, eles reagiram", disse. "Por surpresa, hoje, as empresas mandaram uma carta pedindo para adiar o pagamento sem data. Quando chegou isso, a categoria não aceitou", afirmou, acrescentando que iria passar o acordo aos trabalhadores, inclusive durante a madrugada.

A paralisação fez com que o índice de congestionamento na cidade atingisse 1.374,3 km às 18h30 e 1.486,1 km às 19h, recordes do ano.

Essa marca está próxima do recorde histórico, de 9 de agosto de 2024, quando foram registrados 1.510 km de vias congestionadas na capital.