PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - A passagem de um ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul causou danos em ao menos 14 cidades do estado. Foram registrados ventos superiores a 100 km/h.
Na tarde de terça-feira (9), a chuva provocou pontos de alagamento que chegaram à metade da altura das portas dos carros que circulavam pelas ruas de Osório, no litoral norte do estado.
Já em Porto Alegre, pancadas durante a madrugada de quarta-feira (10) causaram o transbordamento de um ponto do arroio Sarandi, na zona norte. O vento registrado na capital chegou a 51,9 km/h.
O acumulado de chuva nas últimas 12 horas chegou a 127 mm em Camaquã, onde famílias no bairro Getúlio Vargas foram removidas pelo risco de transbordamento da sanga do Passinho. Foram registrados 125 mm em Cristal e 115 mm em Barra do Ribeiro. O maior acumulado em um único dia foi em Venâncio Aires, na serra, com 158,8 mm. A previsão é que, a partir desta quarta (10), o fenômeno seja menos severo na serra e piore no litoral.
Além de Osório e Camaquã, também houve registros de ocorrências pela Defesa Civil nesta terça-feira em Amaral Ferrador, Arroio do Padre, Bom Retiro do Sul, Capão do Leão, Pelotas, Rio Grande, Sentinela do Sul, Tapes e Turuçu.
Por precaução, as cidades de Tramandaí, Cidreira, Pinhal e Torres, algumas das maiores do litoral, cancelaram as aulas na rede municipal. Também houve suspensão de aulas em Camaquã e Piratini, no centro-sul do estado.
Foram registrados ventos de 67 km/h em Tramandaí, 66,7 km/h em Pelotas, 65,2 km/h em Herval e 60,1 km/h em Santa Vitória do Palmar, quatro cidades próximas ao mar.
As regiões Metropolitana de Porto Alegre, litoral norte e sul e trechos da serra estão sob alerta vermelho do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia).
Na tarde de segunda, ventos superiores a 100 km/h causaram danos em mais de 60 casas, uma escola e um hospital em Flores da Cunha, na serra gaúcha, deixando 5.000 pessoas ?um em cada seis moradores da cidade? sem luz.
Três vinícolas foram atingidas pelo vendaval, e em uma delas o vento derrubou telhado, paredes e tanques vazios usados na produção de vinho. Um gabinete de crise, composto por bombeiros, Polícia Militar, Defesa Civil e prefeitura, foi criado para auxiliar a população na distribuição de lonas e no atendimento a chamados. Não há registro de feridos.
Na segunda, também houve notificações de danos e alagamentos em Antônio Prado, Barão, Caxias do Sul, Estrela, Farroupilha, Garibaldi, Gentil, Lajeado, Nova Pádua, Pinto Bandeira, São Vendelino, Taquari e Teutônia.
O ciclone deve avançar em direção ao mar na quinta-feira (11), causando instabilidade ao longo do dia. O clima deve se estabilizar ao longo de sexta (12) e sábado (13).