SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Aeroportos paulistas enfrentam uma quarta-feira (10) caótica, com mais de uma centena de voos desviados, atrasados e cancelados por causa do clima adverso.

Apesar do céu claro, os fortes ventos do ciclone extratropical que atinge parte do Brasil causaram dezenas de arremetidas em Congonhas e Guarulhos.

Os boletins meteorológicos da Força Aérea Brasileira apontaram rajadas de vento de 52 nós (96 km/h) ao meio-dia no aeroporto de Congonhas, enquanto Guarulhos teve rajadas de vento de 42 nós (77 km/h) registradas às 13h.

Segundo a concessionária Aena, responsável pela gestão de Congonhas, mesmo o local estando aberto para receber pousos e decolagens, "por decisões operacionais das companhias aéreas", 80 chegadas e 87 partidas haviam sido canceladas até as 17h20.

Outros 26 voos com destino a Guarulhos haviam sido direcionados a outros aeroportos até as 16h30.

Entre 9h45 e 14h40, nove voos com destino a São Paulo e Guarulhos alternaram para o aeroporto internacional de Viracopos, em Campinas, devido às condições meteorológicas, sendo sete de Congonhas e dois de Guarulhos.

Um voo da Azul, que decolou de Curitiba, não conseguiu pousar em Congonhas e desceu em Campinas. De acordo com a concessionária Consórcio Aeroportos Brasil, responsável pela gestão de Viracopos, alguns passageiros relataram tontura, náusea e episódios de vômito durante o trajeto.

Segundo disseram, a aeronave enfrentou turbulência desde a decolagem em Curitiba até a aproximação em São Paulo, onde precisou realizar arremetida em razão dos fortes ventos. Em seguida, o voo alternou para Campinas, onde pousou sem intercorrências às 13h06.

"Após o desembarque, um passageiro recebeu atendimento médico imediato e teve alta por volta", diz a concessionária.

Sete voos que desceriam em Congonhas tiveram de pousar em Ribeirão Preto, a mais de 300 km da capital paulista, conforme a concessionária RedeVoa.

O Afonso Pena, em Curitiba, com rajadas de 49 nós (90 km/h), também foi afetado.

Devido a essas condições, vários pilotos precisaram realizar aproximações com vento cruzado, utilizando a técnica conhecida como "caranguejar" para manter o avião no eixo da pista, mesmo com o nariz da aeronave apontando para outro lado.

No entanto, algumas aeronaves não conseguiram manter uma aproximação estabilizada e precisaram arremeter, com voos sendo desviados para outros aeroportos.

Grandes aviões, como um Boeing 777 da LATAM que saiu de Lisboa (Portugal), um 787-10 da TAAG que saiu de Luanda (Angola) e um 777 da Ethiopian que saiu de Adis Abeba (Etiópia), precisaram ser desviados de Guarulhos para o Galeão, no Rio de Janeiro, além de outros voos domésticos.

A plataforma de rastreamento de voos FlightRadar24 indicou no início da tarde desta quarta-feira que os aeroportos de Congonhas, Santos Dumont (Rio de Janeiro) e Curitiba estavam com o índice máximo de atrasos e cancelamentos tanto em pousos como em decolagens.