SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - As fortes rajadas de vento que atingem diversas regiões de São Paulo desde quarta-feira afetam tanto o sistema de energia elétrica quanto o abastecimento de água. Milhares de moradores enfrentam os dois problemas simultaneamente, o que tem gerado dúvidas sobre por que ambas as interrupções ocorrem ao mesmo tempo.
ENERGIA ELÉTRICA INTERFERE NO ABASTECIMENTO DE ÁGUA
O fornecimento de água também depende de energia elétrica em basicamente todas as etapas do processo. "Sem eletricidade, o bombeamento cessa e a água não chega até as residências", informa a Sabesp.
A água até existe nos reservatórios, mas bombas, estações de tratamento e estações elevatórias só funcionam com eletricidade. Por isso, quando falta energia, essas máquinas param de trabalhar e a água deixa de ser captada, tratada e enviada à rede.
Além disso, o retorno da água nunca é imediato. Quando a energia volta, as bombas precisam ser religadas gradualmente até recuperar a pressão na rede.
Esse processo pode levar algum tempo até que as tubulações sejam novamente preenchidas e a água volte a chegar normalmente às torneiras.
"A água precisa ser bombeada nas tubulações a partir dos reservatórios, passando pelas redes nas ruas até chegar às casas e prédios. Quando o abastecimento é retomado, as moradias mais próximas dos reservatórios recebem água primeiro. À medida que esses imóveis são abastecidos, a água avança para as residências seguintes", disse a Sabesp.
Residências, condomínios e prédios dependem de bombas. Essas bombas elétricas são as responsáveis por mandar a água para a caixa d'água superior, que posteriormente chega às casas e apartamentos. Se não há energia, a água que está na caixa acaba e nada mais sobe para repor.
SÃO PAULO EM ALERTA
Residências de diversos bairros da capital e cidades da região metropolitana de São Paulo sofrem com a falta de energia elétrica e de água ao mesmo tempo. Osasco, Embu das Artes, Mauá e São Bernardo do Campo estão entre as localidades afetadas.
Em comunicado, a Sabesp destacou que, conforme a energia é restabelecida, o bombeamento é retomado e a água volta de forma gradual. "Assim que o bombeamento é retomado, a água volta a fluir pelas tubulações, reabastecendo as caixas-d'água de cada casa e edifício no caminho; por isso, a recuperação é gradativa." A Sabesp informou ainda que mantém contato com a Enel para acompanhar o problema.
Ventos que chegaram a 98 km/h são a causa do problema. A Enel informou que sua área de concessão é afetada por fortes rajadas de vento em razão da entrada de um ciclone extratropical vindo do Sul do país. A empresa afirma que a rede elétrica foi atingida por objetos e galhos, além da queda de árvores, o que prejudicou o fornecimento.