SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réu Douglas Alves Silva, que atropelou e arrastou uma mulher por 1km em São Paulo, no fim de novembro.

Douglas foi denunciado por tentativa de feminicídio contra Tainara e tentativa de homicídio contra o homem que estava com ela. Juíza citou também que ele utilizou de meio cruel e que dificultou a defesa da vítima, além de dizer que "crime de homicídio que somente não se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade".

Juíza destacou indícios da autoria e materialidade do crime. Paula Marie Konno também considerou "indispensável a prisão preventiva" do acusado para garantir o andamento do processo: "posto que nada garante que em liberdade o réu não vá ameaçar ou intimidar as vítimas e testemunhas do caso".

Tainara Souza Santos, 31, precisou amputar as duas pernas. Além disso, passou por outras cirurgias e segue internada no Hospital das Clínicas.

"Inegável que a conduta do acusado demonstra falta de empatia e total desprezo pela vida humana, revelando-se desproporcional e incompatível com a vida em sociedade", disse a juíza Paula Marie Konno.

Douglas foi levado para o Centro de Detenção Provisória 2 de Guarulhos, na Grande São Paulo. O homem estava detido numa delegacia na capital paulista e teve sua prisão temporária convertida para preventiva e chegou ao presídio na segunda-feira.

Procurada, defesa de Douglas disse apenas que "ele é réu confesso". Antes, advogado já tinha negado que o crime tenha sido motivado por ciúmes e classificou as informações como "infundadas".

DOUGLAS ALEGA QUE NÃO CONHECIA TAINARA

"Eu nem a conhecia", disse o preso ontem após audiência de custódia. Ao ser questionado pelo UOL sobre o crime, Douglas alegou que não conhecia Tainara -versão confrontada por testemunhas ouvidas pela polícia, segundo o delegado Augusto Bícego, titular do 90º DP, na zona norte da capital.

Em depoimento, Douglas disse que amigo se desentendeu com o homem com quem a vítima estava. Ele reforçou que não a conhecia e afirmou que interveio na discussão entre os dois e tomou uma "garrafada" no rosto. Na sequência ambos saíram de carro.

Momentos depois, ele afirmou que viu a vítima caminhando com o homem e decidiu "dar um susto" no casal. No entanto, Douglas alegou que a mulher teria se "projetado" contra o carro e sido atropelada.