SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um grupo de amigas vai ter de aguardar mais de 24 horas no aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, para conseguir voltar para casa. O voo delas, marcado para às 19h de quarta-feira (10), foi cancelado após a passagem do ciclone extratropical.

Elas só conseguiram ser realocadas para um novo voo que tem previsão de decolar às 22h desta quinta-feira (11), ou seja, 27 horas após o previsto inicialmente. As amigas viajaram a São Paulo para fazer compras de fim de ano na região do Brás e da rua 25 de Março para revender em Recife. Elas estão com 23 quilos de bagagem de mercadorias que compraram.

"O pior não é o voo ser cancelado por conta de uma questão climática, isso acontece e a gente precisa entender. O pior é a falta de informação e o desrespeito com os passageiros", diz Amanda Maria Ferreira da Silva, 28.

Ela conta que a viagem foi adiada diversas vezes na noite de quarta-feira até que a companhia aérea, a Azul, informou que a voo sairia às 23h. Os passageiros embarcaram e a aeronave chegou a circular pela pista, mas, depois de uma hora de espera, o piloto informou que não seria possível decolar.

"Mesmo depois da decolagem ser cancelada, ainda ficamos mais de uma hora esperando dentro da aeronave. O tratamento foi muito desrespeitoso, não deram informações", diz Amanda.

Conforme mostrou a Folha, os cancelamentos de voos no aeroporto de Congonhas chegaram a 291 até as 15h30 desta quinta-feira (11), somados os dois dias de transtornos provocados pelo ciclone.

"Não culpo a empresa pelo cancelamento do voo, já que foi uma situação inesperada e atípica. Mas eles não podem tratar os passageiros dessa forma", diz a vendedora.

Ela conta que a empresa informou que elas não teriam direito ao voucher de hotel e pagou apenas voucher para refeição. "Nos deram R$ 20 para o café da manhã. É o valor de uma água aqui no aeroporto."

Ela e as duas amigas dormiram no saguão de espera.

Em nota, a Azul informou que está prestando assistência aos clientes impactados conforme previsto nas regras da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). "A Azul lamenta eventuais transtornos e reforça que medidas como essas são necessárias para garantir a segurança de suas operações, valor primordial para a companhia."

Também informou que "por liberalidade" decidiu flexibilizar sua política de remarcação para minimizar os impactos aos passageiros. "Clientes com passagens emitidas para os dias 11 e 12 de dezembro poderão alterar suas viagens até o dia 18 de dezembro gratuitamente ou, ainda, se optarem pelo cancelamento do voo, manter o crédito integral do valor pago para utilizar em outra oportunidade, em até um ano a partir da data de emissão do bilhete."