SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) estima prejuízo de R$ 100 milhões pela falta de energia elétrica.

A federação que representa os bares e restaurantes calcula que cinco mil estabelecimentos foram afetados pela falta de energia na capital e região metropolitana. O comunicado enviado hoje cobra a Enel por explicações após o apagão.

A organização argumenta que estabelecimentos perderam equipamentos e alimentos, além de não terem conseguido receber clientes. A federação explica que a demora para o restabelecimento da energia demonstra falha da Enel. Muitos comerciantes seguem sem fornecimento - atualmente são cerca de 700 mil unidades sem energia.

Não de hoje, a Enel apresenta problemas recorrentes em relação ao fornecimento de energia elétrica. Este já é o sétimo apagão em menos de dois anos. Os setores de Alimentação Fora do Lar e de Hospedagem ficam reféns. São poucos os empresários que conseguem recorrer a geradores ou realocar os produtos em tempo de não perder os alimentos.

Edson Pinto, diretor-executivo da federação

A federação está orientando comerciantes a irem à Justiça. Comerciantes estão colhendo o maior número de elementos para ajuizar ações de ressarcimento, narrou a organização.

Milhares de unidades consumidoras seguem sem energia elétrica na capital paulista. São 730.411 imóveis sem luz, 516.821 apenas em São Paulo.

NUNCA COBRA INTERVENÇÃO

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), defendeu que o governo Lula (PT) encerre o contrato com a Enel. "A gente gostaria que o Governo Federal fizesse a intervenção na Enel, começasse o processo de caducidade, iniciasse o processo de contratar uma empresa que tenha a capacidade de atender as demandas da cidade de São Paulo. Essa empresa mente, não tem gente e não pode mais continuar aqui", criticou.

A concessão, fiscalização e regulação da energia é feita pela União. O contrato da distribuidora vence em 2028, mas a Enel quer prorrogar o acordo por mais 30 anos e aguarda decisão do Governo Federal.

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) deve fiscalizar a Enel com rigor. No entanto, Alckmin não comentou diretamente o pedido de Nunes. "A Aneel deve fiscalizar a Enel de maneira rigorosa e agir de maneira rigorosa. Esse é o papel da agência. Ela tem um papel regulador e fiscalizador", afirmou.