RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Homens armados pararam o trânsito e dispararam tiros para o alto na tarde desta sexta-feira (12) na avenida Leopoldo Bulhões, na altura de Manguinhos, entre os bairros de Bonsucesso e Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. A ação provocou pânico entre motoristas que passavam pelo local.

Segundo relatos de testemunhas, o grupo tentava fugir de uma operação da Polícia Civil no Complexo de Manguinhos.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram dezenas de criminosos atravessando a via com armas em punho, enquanto veículos são obrigados a reduzir ou parar.

Em uma das gravações, um motorista percebe a movimentação incomum, começa a filmar e alerta: "Rapaziada, evite a Bulhões". Em seguida, os homens armados bloqueiam a passagem e efetuam disparos. "Foi mal", diz o motorista, antes de deixar o local.

Pouco antes do bloqueio, uma viatura da Polícia Militar aparece nas imagens. Procurada, a PM informou, em nota, que não realizou operação na região.

A Polícia Civil afirmou que agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas da Capital (DRFC-CAP) realizavam, na tarde desta sexta, uma ação emergencial na comunidade da Varginha, em Manguinhos, para resgatar um motorista que foi feito refém e recuperar uma carga de carnes e chocolates roubada e levada para o interior da comunidade.

De acordo com a corporação, ao entrarem na região, os policiais foram recebidos a tiros, houve confronto e a equipe conseguiu estabilizar a área, resgatar o motorista sem ferimentos e recuperar grande parte da carga. Dois homens foragidos da Justiça foram presos durante a ação.

Os presos são Ronaldo Ferreira Correa, 44, com mandado de prisão preventiva (sem prazo) por homicídio expedido em 2024, e Lucas Gabriel Costa Ferreira, 19, que tinha dois mandados de prisão preventiva do mesmo ano, um por roubo e outro por homicídio.

Ambos eram foragidos da Justiça da comarca de Levy Gasparian, no município de Três Rios. Segundo a polícia, Ronaldo tem cinco anotações criminais e Lucas, duas, por crimes como homicídio e associação para o tráfico.

A ação faz parte da segunda fase da Operação Torniquete, que tem como objetivo combater roubos, furtos e a receptação de cargas e veículos, crimes que financiam atividades de facções criminosas.

Desde setembro de 2024, a operação resultou em mais de 710 prisões e na recuperação de cargas e veículos avaliados em quase R$ 44 milhões, além do bloqueio de mais de R$ 70 milhões em bens e valores.

A Polícia Civil afirmou ainda que a operação não causou danos a moradores da região. Os presos não têm advogados constituídos até o momento.