SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo confirmou no sábado (13) o segundo caso de sarampo registrado no estado em 2025. A ocorrência foi na capital paulista e envolve um homem de 27 anos, não vacinado, com histórico de viagem ao exterior, onde teria contraído a doença. Ele recebeu atendimento médico e já teve alta.
O primeiro caso do ano no estado foi registrado em abril, também na capital. O paciente, um homem de 31 anos, estava vacinado contra o sarampo, não precisou de internação e se recuperou, segundo informou a secretaria à época.
A vacinação é a principal forma de prevenção contra o sarampo e é feita por meio da vacina tríplice viral, que também protege contra rubéola e caxumba. A Secretaria de Saúde orienta a população a verificar a situação vacinal, especialmente antes de viagens nacionais ou internacionais.
Crianças devem receber a primeira dose da tríplice viral aos 12 meses de idade e a segunda aos 15 meses, com a vacina tetraviral, que inclui proteção contra varicela.
Pessoas de 5 a 29 anos devem iniciar ou completar o esquema de duas doses da tríplice viral, com intervalo mínimo de 30 dias entre elas. Já adultos de 30 a 59 anos devem se vacinar caso não tenham comprovação de imunização anterior.
Profissionais das áreas de saúde, turismo, hotelaria, transporte, alimentação e educação devem manter o esquema vacinal completo, conforme recomendação do Ministério da Saúde. Crianças de 6 a 11 meses devem receber a chamada dose zero em situações de maior risco de exposição ao vírus, sem que isso substitua as doses previstas no calendário de rotina.
O Brasil eliminou o sarampo em 2016, após registrar os últimos casos em 2015, mas perdeu a certificação em 2019 com a retomada da circulação do vírus, impulsionada pela queda da cobertura vacinal e por casos importados, segundo o Ministério da Saúde. Entre 2018 e 2022, o país confirmou mais de 39 mil infecções, com o último caso daquele período registrado em junho de 2022, no Amapá.
Em 2023, não houve registros da doença. Já em 2024, foram confirmados cinco casos, quatro deles importados e associados a viagens internacionais.
Em 2025, entre janeiro e setembro, o Brasil confirmou 34 casos de sarampo em sete unidades da federação. O principal foco foi um surto no Tocantins, responsável por 25 infecções, ligado ao retorno de brasileiros não vacinados da Bolívia. Também houve registros no Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Maranhão e Mato Grosso, em sua maioria em pessoas sem vacinação.
Apesar dos episódios recentes, o Brasil recebeu em novembro de 2024 a recertificação da eliminação da circulação endêmica do sarampo pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). Segundo o Ministério da Saúde, casos esporádicos não comprometem o status de país livre da transmissão contínua do vírus.