RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Flávia Ferraço Lopes Júdice, esposa do desembargador Macário Júdice Neto, trabalhou na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) até o início de novembro deste ano, ligada ao presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União).

O desembargador é relator do caso que investiga o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos, conhecido como TH Joias, no Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Júdice Neto foi preso nesta terça (16), na segunda fase da Operação Unha e Carne, que apura a atuação de agentes públicos no vazamento de informações sigilosas. Ele foi detido em sua residência, na Barra da Tijuca, zona sudoeste do Rio de Janeiro.

A ordem de prisão foi dada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Bacellar, preso por suspeita de vazar a operação para TH, cumpre medidas cautelares após ser solto pelo plenário da Alerj. Ele nega as acusações.

Flávia exercia o cargo de assessor 9 e atuava na diretoria-geral da presidência da Alerj. A exoneração ocorreu a pedido dela, conforme ato da mesa diretora assinado em 6 de novembro e publicado no Diário Oficial. Em outubro, ela recebeu R$ 8.200 líquidos, de acordo com a folha de pagamento.

A casa do desembargador e de Flávia no Espírito Santo foi alvo de busca e apreensão. Não há informações se ela é investigada na ação que prendeu seu marido.

A defesa do desembargador, por meio do advogado Fernando Augusto Fernandes afirma que "o ministro Alexandre de Moraes foi induzido a erro ao determinar a medida extrema".

O advogado diz ainda que não foi disponibilizada a cópia da decisão que decretou a prisão "obstando o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa". Fernandes afirma que apresentará os esclarecimentos nos autos e vai pedir a imediata soltura de Júdice Neto.