BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (17) que vai criar o Ministério da Segurança Pública caso o Congresso Nacional aprove a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) sobre o tema e defina o papel da União na área.

Lula afirmou que hoje a competência da segurança pública é dos governos estaduais e, por isso, defendeu que seja esclarecido, por exemplo, qual é o papel da PF (Polícia Federal). Ele deu as declarações durante reunião ministerial realizada na Granja do Torto, a casa de campo oficial da Presidência, em Brasília.

"Eu nunca quis discutir segurança pública porque não era papel do governo federal. A Constituição não dá ao governo federal o direito de interferir na segurança pública. Por menor que seja, a segurança pública é um problema do governador Renan quando ele assumir. E se a Polícia Federal se meter lá sem conversar com ele, ele vai pegar o telefone e dizer: ?Presidente, está tendo interferência no meu estado'", disse.

A criação do novo ministério, que seria desmembrado da Justiça, órgão atualmente comandado por Ricardo Lewandowski, é um reivindicação antiga de especialistas e voltou ao debate depois da operação no Rio de Janeiro que deixou 121 mortos.

Além disso, o peso dado à segurança pública se deve ao fato de o assunto ter virado um mote da direita para a eleição de 2026 e aberto um flanco de desgaste para o governo Lula.

Segundo o petista, "segurança pública significa mais dinheiro", para investir em estrutura, pessoal e inteligência.

"E aí companheiro [Fernando] Haddad [ministro da Fazenda], companheira Simone [Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento], companheiro Rui [Costa, ministro da Casa Civil], não é com essa merreca de dinheiro que temos hoje que vamos criar a Segurança Pública. Senão, a gente fica desmoralizado", completou.

Neste encontro periódico, que costuma ocorrer ao menos duas vezes por ano, o presidente reúne seus ministros para fazer um balanço das entregas do governo no ano e fazer cobranças para o ano seguinte.