SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com os eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, com uma fase de seca com incêndios florestais e outra com tempestades que provocam alagamentos e enchentes, a Defesa Civil do Estado de São Paulo ampliou a presença de equipes do órgão e chegou a todos os 645 municípios do estado.
Nos menores, a equipe mínima é composta por dois agentes, número que vai aumentando conforme o tamanho da cidade e se ela é mais propensa a algum desastre ambiental. A capital paulista, por exemplo, conta com cerca de 400 agentes, que ficam de prontidão sempre que ocorre um evento que coloque a população em risco.
De acordo com a Defesa Civil, o investimento em obras foi um recorde ?R$ 86,5 milhões?, que envolveu assinatura de 76 novos convênios de obras preventivas e de recuperação, entre pontes, travessias em aduela, contenção de rios e encostas.
"Este ano representou um avanço decisivo na política estadual de prevenção e resposta a desastres. Ampliamos nossa capacidade operacional, modernizamos processos, fortalecemos os municípios e entregamos resultados concretos à população. São investimentos que salvam vidas e preparam São Paulo para enfrentar eventos climáticos cada vez mais extremos", diz o coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, coronel Henguel Ricardo Pereira.
Uma das novidades implantadas este ano foi o Centro Paulista de Radares e Alertas Meteorológicos (Cepram), integrado ao CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), consolidando a integração dos sete radares meteorológicos do estado, o que ampliou o trabalho de previsão do tempo, cuja divulgação foi ampliada para rádios e mídias sociais.
Outros projetos também foram realizados este ano com o intuito de aumentar a resiliência dos municípios a todos os eventos climáticos. Um deles foi a contratação de 51 novos mapeamentos de risco, com investimento de R$ 7,9 milhões.
O Sistema de Alerta Remoto por Sirenes também foi ampliado com nove novas unidades, instaladas em São Luiz do Paraitinga, Francisco Morato, Capivari, Ferraz de Vasconcelos, Mauá, Registro, Santos, Campos do Jordão e Monteiro Lobato. As novas sirenes se somam aos equipamentos já entregues em Franco da Rocha, São Sebastião e Guarujá.
E nas épocas de estiagem e de chuva, a Defesa Civil ampliou os trabalhos de prevenção e de treinamento das equipes nos municípios.
Entre maio e setembro, período crítico de estiagem, o órgão intensificou a preparação das equipes e, pela primeira vez, realizou a entrega dos kits da Operação Estiagem diretamente no interior. A iniciativa apoiou 400 municípios, com 13.483 itens e investimento de R$ 1,28 milhão.
De junho a outubro, o estado registrou redução de 50% nos focos de incêndio e de 91% na área total queimada em comparação com 2024. Em 2025, foram contabilizados 102 focos e 2.908 hectares atingidos, contra 205 focos e 32.377 hectares no ano anterior.
No início de dezembro, começou a Operação SP Sempre Alerta, marcada pelo lançamento do Painel de Inteligência SP Sempre Alerta, ferramenta capaz de reduzir em até 80% o tempo de envio de alertas meteorológicos.
Um desses alertas é o Cell Broadcast, via rede de celulares, um sistema lançado em dezembro de 2024 em parceria com a Anatel e que se tornou frequente no dia a dia dos paulistas, sempre que há uma previsão de risco iminente.
Outro avanço, destaca o órgão, foi a compra de veículos e equipamentos repassados às cidades. Neste ano, foram investidos R$ 60 milhões na aquisição de 163 veículos, 330 kits de combate a incêndio e 367 equipamentos, além de 60 caminhões-pipa.
Coronel Henguel reforça que o trabalho seguirá em 2026: "A meta é continuar expandindo tecnologias, capacitações e obras estruturais. A Defesa Civil de São Paulo vive o período mais robusto da sua história, e o compromisso é seguir avançando com planejamento, investimento e presença constante nos municípios."