Resolveu participar de uma ação missionária social na cidade de Conceição da Paraíba, a quase 2 mil quilômetros de distância de casa. Ela vai entregar materiais escolares e de higiene para comunidades em vulnerabilidade.
Será um Natal diferente para mim. Minha família sentiu, mas entendeu que só vou voltar no final de janeiro.
Uma colega da mesma atividade, a cuidadora de idosos Rosiane Martins, de 23, despediu-se de cada um dos seis irmãos. Estamos pensando que podemos ter uma ceia diferente e relação de família também com quem não conhecemos.
Amor a distância
A pesquisa do Instituto Locomotiva mostrou também que 65% dos brasileiros afirmam passar menos tempo com a família do que gostariam, e que nove em cada 10 pessoas no País têm familiares que moram longe.
Uma dessas histórias é da agricultora Adelina Maria de Jesus, de 67 anos, chorosa na rodoviária de Brasília em não poder reunir os quatro filhos no Natal. Ela explica que tem uma renda mensal de um salário mínimo e os herdeiros estão dispersos em diferentes regiões do país para trabalhar. Duas delas vivem em Águas Lindas de Goiás (GO).
Adelina e o marido moram em um assentamento sem-terra na cidade de Rubiataba, a mais de 400 km de distância. Eu tenho esperança de que um dia teremos dinheiro para nos reunirmos de verdade. Seria meu sonho de Natal. Há mais de 15 anos, eles não convivem.
A praia e a mesa cheia
Convivência é o que busca manter com sua família enorme, em Ituberá (BA), a diarista Joselita da Conceição, de 51 anos de idade. Ela, a filha, Josielle, e os dois netos estavam ansiosos não só para seguir de ônibus, em suas 19 horas de viagem, mas para olhar de novo o mar de perto, molhar os pés.
Estavam todos felizes para chegar à festa de Natal que os espera. Quero que meus filhos tenham convivência com os primos. No final do ano, é tempo para isso.
Nos dedos, eles lembram de cada um dos 30 familiares com quem farão a ceia. Aquele momento que faz parecer que o tempo não passou. Já são 15 anos que estou distante, porque trabalhamos duro aqui. Mas o mar nos espera, sorriu Joselita.
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