SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Aruna Rodrigues, gêmea siamesa que tinha sido separada da irmã em cirurgia em maio deste ano, em Goiânia, morreu na quarta-feira (24), aos dois anos.

Kiraz, de um ano e meio, tinha tido morte cerebral pouco tempo depois do procedimento, que durou cerca de 20 horas, no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad).

A informação foi confirmada por Zacharias Calil, médico responsável pela cirurgia e deputado federal (União Brasil), em publicação no Instagram.

Segundo o Hecad, um choque séptico causado por uma infecção viral foi a causa da morte de Aruna. Em nota, o hospital afirmou que a criança teve complicações respiratórias graves ao sair da UTI e retornar à enfermaria, no último dia 10.

"Durante mais de sete meses, ela foi acompanhada diariamente por uma equipe altamente capacitada e passou por diversas abordagens cirúrgicas adicionais para dar suporte à sua recuperação", diz a nota.

"No último mês, Aruna chegou a apresentar uma melhora significativa, o que nos permitiu transferi-la para a enfermaria. No entanto, dias depois, ela apresentou complicações respiratórias graves, sendo reencaminhada à UTI."

As irmãs nasceram ligadas pelo tórax, abdômen e bacia, e compartilhavam órgãos como a bexiga, intestino e genitália. O procedimento de divisão era considerado complexo.

A família é de Igaraçu do Tietê, interior de São Paulo, e foi a Goiás fazer o procedimento com Calill, que já tinha feito outras cirurgias de separação antes.

O médico diz que é "uma dor imensa". "Foram meses de luta, de esperança, de recaídas e incertezas. Meses de pesquisas, cuidados intensos e muitas orações feitas por milhares de pessoas que acreditaram até o fim", escreveu nas redes sociais.