SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil investiga a morte do guarda civil municipal de Mogi das Cruzes Nelson Caetano de Lima Neto, 37, baleado na noite de quarta-feira (24) em uma residência em Arujá. O principal suspeito é o guarda civil de Arujá Uelton de Souza Almeida, 40, que ocupava o cargo de secretário-adjunto de Segurança Pública do município. As duas cidades da Grande São Paulo são vizinhas.

De acordo com a Prefeitura de Arujá, Almeida foi exonerado do cargo na quinta-feira (25). Ele também foi afastado das funções de guarda municipal. O município disse auxiliar a investigação. Almeida é vereador licenciado de Arujá pelo União Brasil.

A assessoria da Câmara Municipal de Arujá foi procurada, mas não houve posicionamento até a publicação desta reportagem.

Almeida fugiu e não havia sido localizado até a tarde desta sexta-feira.

Neto foi baleado na residência onde vivem Almeida e sua ex-mulher, também guarda civil municipal. Segundo o boletim de ocorrência, o ex-casal estava separado há cerca de cinco anos, mas ainda dividiam o imóvel: ela mora na parte inferior e ele na superior.

O documento policial não esclarece o motivo da presença de Neto no local, mas à TV Diário, afiliada da TV Globo, o pai da vitima confirmou que o filho e a guarda municipal mantinham um relacionamento amoroso.

De acordo com o registro policial, guardas-civis municipais de Arujá realizavam um churrasco de confraternização na véspera do Natal quando Almeida ligou para um dos agentes.

Cinco minutos depois, Almeida teria feito novo contato relatando uma tentativa de invasão à sua residência e pediu que a equipe fosse até o endereço para preservar o local.

Os guardas deixaram o churrasco e foram ao imóvel, onde encontraram a ex-mulher de Almeida. Segundo o relato dos agentes, ela estava chorando e abalada e teria contado que Almeida havia atirado em Neto.

A testemunha afirmou que os disparos ocorreram na cozinha, próximo à porta de acesso de sua parte da residência, e que não houve discussão antes dos tiros, realizados de forma repentina.

Neto, que estava armado com uma pistola 9 mm, morreu no local. A ex-mulher de Almeida teve a arma funcional apreendida. Policiais civis realizaram buscas pelo emplacamento de veículos registrados em nome de Almeida, mas ele não foi localizado.

Segundo informações da Câmara Municipal, Almeida foi aprovado em concurso da Guarda Civil de Arujá em 2008 e alcançou a função de subcomandante. Foi eleito vereador em 2020 e reeleito em 2024 com 1.891 votos. No início deste ano Almeida pediu licença do mandato, quando foi nomeado secretário-adjunto de Segurança Pública.