SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A temporada de cruzeiros no litoral paulista traz a preocupação com o aumento do risco de reintrodução do sarampo no estado. Por isso, a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo emitiu um alerta neste sábado (27) aos serviços de saúde, autoridades portuárias e viajantes.
A medida considera a circulação internacional do vírus e a intensa movimentação de passageiros e tripulantes de diferentes nacionalidades. Há surtos ativos de sarampo em diversas regiões do mundo.
A principal recomendação é a vacina. Quem planeja viajar -inclusive em cruzeiros marítimos- ou participar de eventos de grande porte deve verificar a caderneta de vacinação e garantir o esquema completo da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), preferencialmente com pelo menos 15 dias de antecedência da viagem.
Em 2024, o Brasil reconquistou o certificado de eliminação do sarampo. Neste ano, até 14 de dezembro, foram registrados 38 casos importados ou relacionados à importação no país --dois deles na capital paulista.
O primeiro foi registrado em abril. O paciente, de 31 anos, estava vacinado contra o sarampo, não precisou de internação e se recuperou. O outro -ocorrido em dezembro- envolveu um homem de 27 anos, não vacinado, com histórico de viagem ao exterior, onde teria contraído a doença. Ele recebeu atendimento médico e teve alta.
O sarampo é uma doença viral contagiosa, transmitida pelo ar, especialmente em ambientes fechados e com grande circulação de pessoas, como navios de cruzeiro.
Os principais sintomas incluem febre alta, tosse, coriza, conjuntivite e manchas avermelhadas na pele, que geralmente surgem entre sete e 14 dias após a exposição.
Além da imunização, os passageiros devem adotar medidas de higiene durante as viagens. São elas:
- Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
- Lavar as mãos com frequência com água e sabão, ou então utilizar álcool em gel;
- Não compartilhar copos, talheres e alimentos;
- Não levar as mãos à boca ou aos olhos;
- Evitar aglomerações ou locais pouco arejados;
- Manter os ambientes frequentados sempre limpos e ventilados;
- Evitar contato próximo com pessoas doentes. No retorno, caso surjam sintomas suspeitos até 30 dias após a viagem, a orientação é procurar imediatamente um serviço de saúde, informar o histórico de deslocamento e evitar a circulação em locais públicos.
O sarampo é uma doença de notificação compulsória imediata. Casos suspeitos devem ser comunicados à vigilância epidemiológica em até 24 horas, para adoção rápida das medidas de bloqueio e prevenção.
Em São Paulo, as vacinas estão disponíveis nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. Aos sábados, a vacinação ocorre nas unidades de Assistência Médica Ambulatorial integradas às UBSs, no mesmo horário.