Quarta-feira, 16 de julho de 2014, atualizada às 18h

Alerta: 19 milhões de pessoas têm HIV e não sabem

Dos 35 milhões de pessoas que vivem com HIV no mundo, 19 milhões não sabem que estão infectados. Os dados foram divulgados hoje (16) pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids (Unaids). O órgão alertou que, para dar fim à epidemia até 2030, é preciso ampliar esforços para acabar com a lacuna de pessoas sem diagnóstico e, consequentemente, sem acesso ao tratamento.

O relatório destaca que, na África Subsaariana, quase 90% das pessoas que testaram positivo para HIV buscaram acesso à terapia antirretroviral. Dessas, 76% alcançaram a supressão da carga viral, reduzindo significativamente o risco de transmissão para seus parceiros. Estudos recentes indicam que, para cada 10% de ampliação na cobertura antirretroviral, os casos de novas infecções caem 1%.

De acordo com o Unaids, os esforços globais para aumentar o acesso aos medicamentos antirretrovirais estão funcionando. Em 2013, 2,3 milhões de pessoas passaram a fazer uso da terapia, totalizando 13 milhões de soropositivos em tratamento no mundo. A estimativa é que, atualmente, cerca de 13,9 milhões de pessoas façam uso de antirretrovirais.

"Se acelerarmos os esforços até 2020, estaremos no caminho certo para acabar com a epidemia em 2030", disse o diretor-executivo do Unaids, Michel Sidibé. "Se não conseguirmos, corremos o risco de aumentar significativamente o tempo que seria necessário para isso – adicionando uma década, se não mais", completou.

Ainda segundo o relatório, atingir a meta de encerrar a epidemia de aids até 2030 significaria evitar 18 milhões de novas infecções por HIV e 11,2 milhões de mortes relacionadas à doença entre 2013 e 2030.

Atualmente, 15 países contabilizam mais de 75% dos 2,1 milhões de casos de novas infecções registrados em 2013. Na África Subsaariana, apenas três países – Nigéria, África do Sul e Uganda – somam 48% dos casos de novas infecções no mundo.

O Unaids alerta que países como República Democrática do Congo, Indonésia e Sudão do Sul estão “abandonados” em relação ao combate ao HIV, com baixas taxas de cobertura antirretroviral e quedas mínimas ou nulas nos índices de infecção.

Dados do órgão mostram também que o risco de infecção é 28 vezes maior entre usuários de drogas; 12 vezes maior entre profissionais do sexo; e até 49 vezes maior entre mulheres transgênero (homens que se identificam como mulheres). Na África Subsaariana, meninas adolescentes e jovens mulheres representam um de cada quatro novos casos de infecção.

“Não haverá o fim da aids sem que as pessoas sejam colocadas em primeiro lugar, sem assegurar que as pessoas que vivem a epidemia sejam parte de uma nova estratégia”, disse o diretor-executivo do Unaids. “Sem uma abordagem centrada nas pessoas, não conseguiremos avançar na era pós-2015”, concluiu.

CONFIRA OS PRINCIPAIS NÚMEROS DA EPIDEMIA DE AIDS NO MUNDO
2,1 milhões de novas infecções, sendo que, nos últimos três anos, o índice regristou queda de 13%
35 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo até o final de 2013. As mortes relacionadas à doença alcançãam a maior queda em 2005, com redução de 35%. A tuberculose continua a ser a principal causa de morte entre pessoas soropositivas.
Os novos casos de infecção entre crianças caíram 58% desde 2001 e ficaram abaixo de 20 mil pela primeira vez nos 21 países mais afetados pela epidemia na África.
O maior número de pessoas vivendo com HIV foi registrado na África Subsaariana - 24,7 milhões. Em seguida, estão Ásia e região do Pacífico, com 4,8 milhões.
A porcentagem de soropositivos que recebem tratametno é maior na Europa Ocidental e na América do Norte (51%) e também na América Latina (45%). Entretanto, os maios baixos índices de cobertura foram registrados no Oriente Médio e no norte da África (11%)
As novas infecções por HIV apresentaram maior queda na região do Caribe (40% desde 2005), mas aumentaram em 8% na Europa Ocidental e na América do Norte, 7% no Oriente Médio e no Norte da África e 5% no leste da Europa e na Ásia central.
As mortes relacionadas à aids aumentaram no Oriente Médio e no norte da África em 66% e no leste da Europa e na Ásia Central em 5% entre 2005 e 2013.

Com informações da Agência Brasil