Especialistas falam sobre cuidados e vantagens do e-commerce para o Natal

Pesquisa do Ibope Conecte aponta que segurança do site é o item que impede a conclusão da compra para 56% dos entrevistados

Angeliza Lopes
Repórter
31/10/2015
compras

A maior variedade e ofertas tentadoras tem atraído, a cada ano, mais consumidores para as lojas online. A praticidade de escolher de casa sem ter que enfrentar filas desperta o interesse dos compradores, principalmente, neste período do ano, em que as pessoas estão mais dispostas a gastar para a festas de Natal e com o 13° salário. Mas, da mesma forma que as compras pelo e-commerce são mais vantajosas, elas podem pregar peças devido a sites fraudulentos, resultando em aquisições frustradas. No próximo dia 27 de novembro, ocorre o famoso Black Friday – campanha do varejo norte-americano, que já se popularizou no Brasil devido aos descontos para variedade de produtos. E, principalmente, nesta data que o superintendente da Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/JF), Nilson Ferreira Neto, alerta para a hora da compra.

Ele orienta o consumidor verificar antes da aquisição, se o estabelecimento virtual cumpre o que determina o decreto federal, que trata o comércio eletrônico. As exigências são: ter exposto o nome do e-commerce, representante legal, endereço físico, CNPJ e telefone para contato. "Caso o consumidor tenha algum problema e precisar de entrar em contato com o local, ou, até mesmo, registrar reclamação no Procon, é fundamental ter o mínimo de informação sobre a distribuidora. Se não tiver, pode desconfiar que o site pode ser fraudulento", afirma Neto.

Outra dica é observar se o site é nacional ou estrangeiro, pois, conforme explica o superintendente do Procon, as leis e defesa do consumidor do Brasil não serão aplicáveis ao país de origem do produto, caso haja algum problema com a mercadoria. Além disso, antes de efetuar o pagamento, o cliente deve ler a política do site, condições de compra, prazo de entrega, políticas de segurança dos dados do comprador e as formas de contato. "Um detalhe que muitas pessoas esquecem de avaliar são os impostos por importação. Na maioria dos casos a taxa estava exposta nos detalhes da compra, mas a pessoa que não observa acaba tendo altos prejuízos. Há situações em que o imposto é mais caro que o próprio valor do produto", destaca.

A prática de comprar pelo comércio online tem crescido nos últimos cinco anos, segundo Nilson Neto, sendo que a pesquisa realizada pelo Ibope Conecta para a MasterCard aponta que o brasileiro está bastante familiarizado com as compras online, porém, a segurança do site é o item que impede a conclusão da compra para 56% dos entrevistados. "Por isso, orientamos cautela. É melhor deixar de fazer um bom negócio do que um mal negócio! Uma dica é optar por sites em que o pagamento é pelo Pag Seguro, que só libera o dinheiro, depois que o consumidor recebe a mercadoria".

Black Friday

Especialista em Marketing Digital, Renan Caixeiro acredita que é possível fazer um bom negócio no dia do Black Friday, principalmente, quando o cliente tem um objetivo de compra bem definido. Mas, a busca deve ser persistente, para garantir o melhor preço em e-commerce confiável. Ele afirma que os varejistas se articulam para ofertar nesta data grandes vantagens especiais, sendo que muito trabalham para que a entrega seja antes do Natal, com o intuito de atender aqueles que adquirem o produto para a data.

Caixeiro avalia que os melhores descontos estão entre 30% a 15%, principalmente, para produtos eletrônicos, que segundo a pesquisa do Ibope Conecta corresponde a 77% da opção de quem compra pela internet. Ele alerta o comprador para que não caía no conto do preço muito baixo, afinal são nestas situações que aparecem lojas virtuais oportunistas. O indicado é pesquisar pelo menos três sites antes de fechar negócio.

Mas outra questão são as discussões sobre o Black Friday ser uma data realmente vantajosa, visto que existem sites de monitoramento de preço, que notificam o cliente promoções relâmpago mais vantajosas, como o Busca pé. Renan reconhece que é possível ter mais vantagens desta forma, mas o maior segredo é reservar um período para aguardar a melhor oportunidade, sem comprar impulsivamente. "Faço compras online há 10 anos e, normalmente, planejo com dois meses de antecedência, conseguindo preços melhores que no Black. Existem sites para buscar preços, como fóruns, como o Hard Mobbi, para aquisição de eletrônicos", aconselha.

Adaptação necessária de varejistas

aplicativoEm Juiz de Fora, para ajudar pequenos varejistas a entrar no mercado móvel que o Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF) criou em julho deste ano o aplicativo "Conexão comércio app". A proposta da ferramenta é facilitar a vida do consumidor, especificamente a do jovem, estreitando o contato e o acesso às ofertas disponíveis nas lojas associadas ao órgão, por meio de cupons promocionais. Além disso, o aplicativo ainda vai oferecer oportunidades de emprego, a partir da divulgação de vagas.

Em três meses, o aplicativo já foi baixado por mais de quatro mil pessoas e tem 70 lojistas habilitados, o que é pouco, comparado com o panorama de 11 mil empresas deste porte na cidade. O presidente do Sindicomércio, Emerson Beloti, destaca que a ferramenta é uma forma de trazer este pequeno varejista e atacadistas para uma nova realidade de vendas, que tem ganhado força a cada dia. "O maior custo de produtos deste tipo não é a criação, mas a manutenção. Ainda estamos caminhando, pois muitos ainda não têm o hábito deste tipo de comércio mais interativo", explica.

Os consumidores interessados já podem fazer o download do aplicativo via Apple Store (IOS) e Google Play (Android). Já o cadastro das empresas deve ser feito pelo site.

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