Bruno Siqueira acredita na valorização do expoente industrial de JF e promete acordos salariais

Na primeira matéria com os candidatos à chefia do Executivo, Bruno Siqueira e o vice, Sérgio Rodrigues, falam em renovação e implantação de ouvidorias

Nathália Carvalho
Repórter
27/8/2012

Dando continuidade à sequência de matérias especiais relacionadas às eleições municipais 2012, chega a vez de tratar diretamente com os candidatos à chefia do Executivo. A sequência será feita em ordem alfabética dos candidatos e o Portal ACESSA.com inaugura o espaço dando a voz a Bruno Siqueira, 38 anos, candidato pelo PMDB. Deputado estadual, Bruno é engenheiro e possui pós-graduação em Engenharia Econômica pela Fundação Dom Cabral. Vereador por três mandatos consecutivos, foi ainda presidente da Câmara Municipal da cidade.

As perguntas feitas aos candidatos foram realizadas com base no caderno especial sobre eleições do Portal. Ao lado do seu vice, Sérgio Rodrigues, Bruno integra a coligação Juiz de Fora não quer esperar. Confira abaixo o bate-papo realizado com o candidato e assista ao vídeo acima.

ACESSA.com – Qual é a sua proposta para melhorar a questão do transporte para a cidade?

Bruno – Nós temos que investir na mobilidade urbana e como pensamos em fazer isto nos dias atuais? É necessário o investimento massivo no transporte coletivo, principalmente conversando com as empresas que hoje possuem a concessão, mostrando para elas quais são os problemas, a necessidade de melhoramento das frotas, ampliação das linhas, e de diversificação dos itinerários dos ônibus, contando sempre com o apoio da Prefeitura. Além disso, nós vamos dar sequência a todos os projetos que infelizmente já deveriam estar prontos, como o de transposição da linha férrea. Iremos, enfim, dar continuidade aos projetos que ainda não saíram do papel, mas que na nossa gestão iremos fazer com que esses projetos possam ser obras concretas para a nossa cidade.

ACESSA.com – O que você pensa da implantação de sistema troncalizado? Haveria essa possibilidade?

Bruno – O sistema é importante, mas infelizmente as administrações anteriores o fizeram de uma forma errada e isso acabou inviabilizando um sistema que já era para estar implantado. É necessário haver um novo estudo e, a partir dele, ver a viabilidade de implantar o transporte troncalizado na cidade ou não.

ACESSA.com – Juiz de Fora conta com projetos para a implantação de ciclovias, principalmente na região Norte. Seria uma solução para o problema do trânsito?

Bruno - Não vou afirmar que seria uma solução, mas é algo que pode ajudar a oferecer mais mobilidade para as pessoas. Queremos, sim, fazer a implantação onde for possível.

ACESSA.com – O que falta para a melhoria da educação na cidade, no que tange os baixos salários dos professores ? E possíveis projetos para esta área?

Bruno – Nós precisamos fazer a valorização do profissional de educação, queremos fazer com que o piso nacional seja cumprido na cidade e vamos agir para que isso ocorra. Vamos trazer a Lei Federal para a cidade e, se for o caso, até uma complementação do governo para valorização do magistério.

ACESSA.com – Qual o seu projeto para as áreas de economia e desenvolvimento da cidade?

Bruno - O decreto que foi feito em 2009 é importante para o município e precisa ser defendido. Nós precisamos ter reduções de ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] para que empresas venham para Juiz de Fora, mas também precisamos investir e valorizar as empresas que já estão na cidade, e fazer assim um polo integrado de desenvolvimento.

ACESSA.com - E como atuar melhor neste sentido, visto que temos, por exemplo, o Expominas, distante e com infraestrutura precária?

Bruno - Sabemos que Juiz de Fora é uma cidade polo de toda a região, então precisamos fazer com que ela seja sempre este motor que vai proporcionar, a toda região da Zona da Mata, um crescimento sustentável. Então, faremos conferência com os outros municípios que integram as cidades vizinhas; usaremos nosso aeroporto e o Regional não apenas para nossa cidade; vamos lutar, cada vez mais, para que a estrada que liga o aeroporto à BR-040 possa atuar como um vetor de desenvolvimento; e também usando o Expominas para eventos que promovam o turismo do nosso município. Nós não podemos mais ter exposições como a tivemos em agosto deste ano e que foi um fracasso. Necessitamos ter outras exposições que valorizem o desenvolvimento através do turismo de eventos.

ACESSA.com – Como explorar a possibilidade de crescimento do comércio para além da área central? Temos casos de bairros que desenvolveram essa atividade, como São Mateus, Benfica e Manoel Honório, mas que já registram fechamentos devido à falta de segurança e ao preço elevado dos aluguéis, por exemplo.

Bruno – É nossa intenção fazer com que ocorra a valorização do comércio do Centro mas também com uma descentralização. E como fazer isso? Promovendo âncoras nos bairros para que eles possam atrair novos investimentos para que o comércio dos bairros possa ser intensificado. Desta forma, o cidadão não vai precisar ir até o Centro da cidade para resolver seus problemas e conseguiremos fazer com que a mobilidade urbana também possa melhorar, uma vez que não terá que ir e voltar até o centro para resolver suas pendências pessoais. Em relação à segurança destes locais, vamos fazer parcerias com as Polícias Militar e Civil, e também se for possível com a Polícia Federal. Mas não iremos coordená-las, porque essa não é nossa função.

ACESSA.com – Já dentro deste assunto, quais seriam as medidas necessárias para a melhoria da segurança em Juiz de Fora?

Bruno - Eu acho que é exatamente isto, a parceria. Nós sabemos que a função da segurança não é apenas do município. Ela é também do estado, do governo, mas as parcerias com as polícias são muito importante para a segurança. E investir na segurança também é investir no social. Faremos isto de forma preventiva para que não ocorram os problemas que estamos observando nos dias atuais.

ACESSA.com – A saúde é apontada como um dos principais problemas da cidade. Qual é a sua visão a respeito desse segmento?

Bruno - É preciso organizar todo o sistema de saúde da cidade porque percebemos, hoje, que isto está muito desorganizado. Nós precisamos melhorar as unidades de saúde, com a construção de Upas [Unidades de Pronto Atendimento], e valorização daquelas já existentes; na atenção de urgência e emergência; na construção e finalização do hospital que já era para estar pronto; na criação de novas Uaps [Unidades de Atenção Primária à Saúde], conforme a necessidade, o que é muito importante para que descentralizemos a saúde do município. E, claro, escutar o Conselho Municipal da Saúde, algo extremamente importante.

Porém, saúde não se faz sem a valorização dos profissionais da área, então, vamos valorizar e dialogar com eles, para que possam ter as condições necessárias para atender a nossa população. Isto tudo será feito na nossa administração sem demagogia, sem milagres, sem falsa promessa. Será sentando e dialogando, para tentar ao máximo fazer a valorização destes profissionais.

A ouvidoria como forma de aproximação

Na ocasião, o Portal ACESSA.com entrevistou o candidato à vice-prefeito na chapa de Bruno Siqueira, o jornalista Sérgio Rodrigues. Ele ressaltou a criação de ouvidorias, com base em sua intensa vida pública ligada ao telejornalismo, ao longo dos 25 anos em que trabalhou com TV. Rodrigues iniciou sua carreira como locutor da Rádio Industrial, em 1976 e também trabalhou na Rádio Solar AM. Em 1987, se tornou o apresentador dos noticiários locais da TV Globo de Juiz de Fora, atualmente TV Integração. Para disputar o cargo político, o jornalista se desligou da TV sob a justificativa de estar respeitando uma norma da empresa e da própria Justiça Eleitoral.

"Acredito que Juiz de Fora esteja passando pelo momento de mudança, no qual o cidadão quer mudar, renovar e sair deste tempo em que só tivemos três prefeitos nos últimos 30 anos", acredita Sérgio. Ele explica que o convite de Bruno veio em um bom momento, visto que ele pretende aliar sua formação jornalística com a política da cidade. "Vou ser aquele que ouve o cidadão enquanto o Bruno exerce seu cargo de chefia do Executivo. Por ter andado muito pelas ruas de JF escutando os problemas, sei que a cidade passou por um desenvolvimento desenfreado muito rápido e necessita de ações."

Além disso, Rodrigues aposta na formação de jovens empreendedores fomentados pela cidade. "Além dos problemas básicos dos bairros carentes e de infraestrutura, há outros setores do desenvolvimento envolvidos e de importante atuação. Percebo que jovens recém-formados, por exemplo, não estão, muitas vezes, atrás do primeiro emprego. Eles são empreendedores e querem criar uma forma de trabalho que seja por conta própria e não tem informação de como obter ajuda da Prefeitura para conseguir apoio no seu projeto. Este vai ser meu papel: ouvi-los", explica.

Os textos são revisados por Mariana Benicá

Internautas dão suas opiniões*

Boa a abordagem da entrevista, darei aqui ênfase a 4 aspectos que me chamaram atenção: 1) pergunta e resposta: perguntas diretas e respostas sem muita embromação, termos tecnicos que dificultam o entendimento de muitos, acho isso uma caracteristica bastante positiva no Bruno, que venho observando nas reuniões que presenciei. Percebo que ele não está desinformado com questões colocadas nas reuniões, para ele em várias instâncias como as redes sociais; 2) piso salarial dos professores: essa questão me intriga toda vez que leio algum candidato, que não o Custódio, falando sobre a mesma, e sempre no sentido de "fazer com que o piso nacional seja cumprido no municipio". O custodio afirma que já é pago o sola´rio na cidade acima do piso. Ou o atual prefeito mente, ou os demais candidatos estão desatualizados. ambas situações são graves; 3) saúde: na area da sáude destacarei tr~es pontos. O Bruno é o único ccandidato que consegue fa lar sobr e UPA e urgencia e emergência de forma correta, distinguindo os dois. Isso é raro, não so em JF. outra questão não sei se foi falha do candidato ou da edição do site, ele fala duas vezes em UPA ( criação), acho que a segunda vez era para ser UAPs ( unidade de atenção primária). para finalizar a questão do CMS, este é deliverativo, então não é apenas escutas, ams fazer valer as decisões deste, e ainda uma total reestruturação para evitar o que acontece lpa como manipulação em votação, nepotismo, etc etc; 4) Ouvidoria: ai entra um erro grave. Entende-se por ouvidoria a representação da voz do cidadão dentro de uma organização, no caso é o canal de comunicação entre o cidadão e o município, e não o ato de ouvir apenas. Esse "escutar" que o Sérgio coloca é muito mais controle social do que ouvidoria.

Lilian Gonçalves

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