Edinho Ferreira Edinho Ferreira 19/05/2014

Seu tênis tem "vida”!

Olá companheiros! Não somente importante em relação à saúde física, os acessórios utilizados durante os treinamentos possuem um tempo útil. Talvez um dos mais importantes seria o tipo de calçado que você utiliza.

Pesquisadores da Suécia concluíram que, ao acompanhar 927 corredores em seus treinamentos, até 500 quilômetros, todos foram protegidos igualmente contra lesões usando o mesmo calçado. O resultado sinaliza que o tipo de pisada não precisa ser requisito obrigatório na compra do sapato ou do tênis de corrida. Especialmente para os iniciantes, que, a princípio, sofreriam um maior risco de lesões. Essa é a conclusão de um estudo conduzido por pesquisadores do Departamento de Saúde Pública e de Ciência do Esporte da Universidade de Aarus, na Suécia. A escolha correta do calçado com base no tipo de pé tem sido, há mais de três décadas, considerado um forte fator de prevenção contra contusões. Desde 2009, cientistas de todo o mundo apontam que não há qualquer evidência científica para a prescrição de um tipo de calçado baseado na postura do pé. A investigação liderada pelo cientista Rasmus Nielsen pretende colocar um ponto final na discussão.

Todos os voluntários receberam o mesmo modelo de tênis de corrida, indicado para pisada neutra, e foram monitorados por um relógio com GPS para quantificar a distância percorrida em cada treino. De acordo com o artigo publicado no British Journal of Sports Medicine, em um ano, eles correram 326.803 quilômetros e 27% deles sofreram algum tipo de lesão.

Os resultados das análises de sobrevivência a lesões realizadas nos primeiros 50, 100, 250 e 500 quilômetros de cada corredor não mostraram diferenças estatisticamente significativas entre os tipos de pisadas, quando comparadas as de pés neutros. No entanto, os pés pronados apresentaram um número significativamente menor de lesões nos primeiros 1.000 quilômetros de corrida do que os neutros. O dado contraria o mito de que corredores com alterações posturais sofreriam um maior risco de lesões e, por esse motivo, necessitariam de um calçado especial.

Fonte: British Journal of Sports Medicine


Palavra do Especialista

Exagero mercadológico

"Existe uma hiper indicação até mercadológica de uma questão que nem tem suporte na literatura científica. Isso porque a maioria das pessoas tem 'deformidades' discretas e muitas delas não necessitam de um tipo de tênis especial, o tênis neutro é o suficiente. Elas não precisam de um calçado pronador ou supinador porque não são desvios significativos. Quando esse desvio existe, é preciso precisa fazer uma avaliação com o médico, para ver se há mesmo a necessidade de um tênis especial. Nesse caso, quando o desvio é significativo, ele pode alterar a biomecânica de todo o membro inferior da corrida. Porém, tem muita gente que tem um pé mais alto e outro mais baixo, mas que são variações normais. Os pés não são totalmente iguais. Eu acredito que existe um exagero mercadológico nessa questão."

Ivan Pacheco, especialista em medicina do esporte e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte.

Fonte: Ler Saude


Edinho Ferreira é professor, especista em Musculação Personal Trainer

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