JF segue sem confirmação de caso de dengue hemorr?gica

JF segue sem confirmação de caso de dengue hemorrágica Apesar de confirmar epidemia da dengue clássica, Secretaria de Saúde diz que não há caso comprovado de óbito provocado por dengue hemorrágica

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Embora Juiz de Fora esteja passando por um surto de dengue, a Secretaria de Saúde (SS) afirma que a cidade não tem nenhum caso confirmado de dengue hemorrágica. De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Ivander Mattos Vieira, entre os casos confirmados da doença no município, alguns que apresentaram complicações tiveram como sintomas hemorragias. "Mas é importante salientar que manifestações hemorrágicas não caracterizam a dengue hemorrágica. Pode haver este quadro em casos de dengue clássica, que é um tipo mais brando da doença."

Para Vieira, a população pode se tranquilizar e, no caso de suspeita de dengue, as pessoas devem procurar o posto de saúde mais próximo de casa. "Além disso, deve ser feita a reidratação, que reduz as complicações da doença."

O subsecretário explica que, no caso de Juiz de Fora, a epidemia é considerada surto por apresentar perfil localizado. "Não temos casos espalhados por toda a cidade. Temos três regiões com maior incidência de casos." Ele afirma que, diante do último resultado do Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (Liraa), realizado em janeiro deste ano, que apontou índice de infestação do mosquito de 4,97% em Juiz de Fora, a condição atual pode ser considerada tranquila. "Embora estejamos passando por uma epidemia, acreditávamos que o número de casos fosse ainda maior. Hoje, menos de 1% da população apresenta a doença na cidade."

Com relação à rede de atendimento no município, Vieira lembra que as unidades de saúde estão aptas a receber os pacientes, não sendo necessária a criação de novos postos para atendimento exclusivo. "Como o tratamento não requer isolamento, não é preciso criar um ou mais espaços para atendimento exclusivo para casos de dengue."

Suspeita

Com relação à morte de uma jovem de 19 anos, moradora da Vila Olavo Costa, ocorrida na última segunda-feira, 5 de abril, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santa Luzia, Ivander explica que, embora tenha sido verificado sintoma hemorrágico, como sangramento vaginal, o número de plaquetas constatado em um dos exames de sangue realizados foi superior a 100 mil por milímetro cúbico. "Em casos de dengue hemorrágica, o número de plaquetas não ultrapassa este limite. No caso da jovem era de 300 mil por milímetro cúbico."

Ele afirma que o resultado do exame sai em até uma semana. "Embora o quadro seja favorável, já que a casa da moça está localizada próxima a um córrego, além de existirem caixas de água sem tampa, não podemos afirmar nada por enquanto. Há, inclusive, indicações que a morte tenha sido provocada por um aneurisma."

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), em Minas Gerais, foram confirmados, em 2010, 17 casos de dengue hemorrágica. Um total de 23 óbitos está em investigação para dengue hemorrágica, sendo que nenhum se refere a Juiz de Fora.

Combate ao mosquito

Para combater o mosquito e fazer com que o número de casos não cresça, a SS vem dando continuidade às ações, com desenvolvimento de mutirões de limpeza nos bairros, de trabalhos educativos nas escolas municipais, de visitas de agentes de Controle de Endemias, além da pulverização por meio do fumacê nos bairros onde há maior índice de infestação do mosquito.

Juiz de Fora está pleiteando, junto à SES, recursos da ordem de R$ 160 mil para fortalecer as ações de combate ao vetor. O Governo estadual disponibiliza verba para municípios onde o número de notificações seja de 200 para cada 100 mil habitantes. Juiz de Fora conta, atualmente, com 1.414 notificações de casos suspeitos, sendo 1.045 confirmados, dos quais 1.013 são autóctones, ou seja, contraídos no município. O número de casos reflete um recorde histórico na cidade.

Ivander ressalta que a colaboração da população é fundamental no combate ao mosquito. "É preciso que as pessoas se conscientizem, afinal, 31% dos focos foram registrados no interior das residências. Infelizmente, a situação favorável do ano passado fez com que as pessoas relaxassem e se descuidassem da necessidade de combate ao vetor este ano." O subsecretário explica que a tendência é que o número de infestação caia a partir do mês de maio.

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