Dificuldades de aprendizagem - De quem é a responsabilidade?
Como aprendemos? Esta é uma indagação constante com sede de respostas de quem pesquisa e trabalha com a aprendizagem escolar. Podemos dizer que a aprendizagem precisa ser adquirida com prazer. Não há quem aprenda sob pressão, precisa vir naturalmente, com gosto, construindo o conhecimento no aprender. Pensar - construir - aprender. Esta é a condição básica das atividades diárias escolares.
Sabemos também que as condições anatomofuncionais estão no mesmo processo, porém nem sempre ao mesmo tempo. Isto quer dizer que, quando a criança está com algum comprometimento das atividades intelectivas, como a memória, atenção, concentração, como também as habilidades auditivas, visuais e motoras, orientação espaço-temporal, pode ser causada a lentidão no processo de aprendizagem: Leitura, escrita, comunicação. Por mais que a criança tente, dificilmente aprenderá sozinha, de maneira natural. Já estamos entrando no campo das dificuldades de aprendizagem.
Para identificarmos estas dificuldades na rotina escolar de uma criança, precisamos observar algumas modificações nas atitudes dela: falta de desejo de ir à escola, dor de barriga constante, dor de cabeça, sonolência, desculpas diversas para não querer fazer os deveres. Nestes casos, estamos chamando à atenção para os problemas de ordem emocional, os quais vão que desencadear sinais físicos. Estas mudanças de comportamento podem ser observadas pela família, já que a criança indica com facilidade que ela está vulnerável. Quando ela é comparada com os colegas ou com outros irmãos, pode ser desastrosa a tentativa inadequada de ajuda.
Afinal, de quem é a responsabilidade? Da escola, da família ou da criança? É justo incluir a criança nesta tríade? Claro que não! Ela está no centro das atenções e não pode receber essa carga tão pesada em suas costas. Ela já está sofrendo o bastante e precisa de atenção, compreensão, afeto. Então a responsabilidade será da escola e da família? Sim, responsabilidade e não culpa. Responsabilidade é o sinal para a ação. Família e escola juntas, várias vezes, sempre quando necessário. Não adianta a família dizer que a escola não ensina direito, e a escola responsabilizar unicamente a família porque a criança não faz os deveres todos os dias, não se "comporta" como os outros colegas, ficando a criança para lá e para cá, ouvindo bobagens dos dois lados. É hora de agir, o mais rápido possível, é hora de os educadores se perguntarem em uníssono: - por onde começamos?
Pesquisem sobre o assunto, levantem a história familiar e escolar da criança, encaminhem aos profissionais competentes – neurologistas, pediatras, psicólogos e fonoaudiólogos, que estão à disposição para dirimir quaisquer dúvidas. Creio ser este o caminho mais saudável para tratar os problemas de aprendizagem de uma determinada criança.
Cal Coimbra
é psicóloga e doutora em Fonoaudiologia
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