Aumenta o n?mero de universit?rios fumantes Pesquisa analisa o perfil de cren?as e comportamentos de estudantes da UFJF em rela??o ao uso de subst?ncias psicoativas


Daniele Gruppi
Rep?rter
20/05/2008

Apesar das pol?ticas anti-tabagismo, n?mero de fumantes universit?rios n?o reduziu nos ?ltimos dez anos, ao contr?rio, cresceu 2,5%. Este ? um dos dados que ficou comprovado no estudo "Perfil de cren?as e comportamentos de estudantes da UFJF com rela??o ao uso de subst?ncias psicoativas". O respons?vel pelo estudo ? o professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFJF, M?rio S?rgio Ribeiro.

A pesquisa tamb?m mostrou que o n?mero de jovens que consomem ?lcool e que est?o em situa??o de risco, ou seja, com prov?vel diagn?stico de depend?ncia qu?mica, dobrou. Em 1997, 5,9% dos estudantes faziam parte deste quadro. No ano de 2005, 10,1% e, em 2007, 10,1% entre os calouros e 11,8% entre os universit?rios que cursavam o quinto per?odo da faculdade.

Outro dado que foi evidenciado no trabalho ? que os jovens est?o come?ando a beber e a fumar em idades mais baixas. Em 1997, iniciava-se com 15 ou 16 anos. Em 2005 e 2007, com 13 ou 14 anos. Houve uma diminui??o de drogas como coca?na e apareceu o crack e o ecstasy. Segundo Ribeiro, 3,5% dos alunos que entravam na UFJF em 2007 j? havia consumido ecstasy.

O professor desenvolveu o estudo com participa??o de bolsistas e volunt?rios com o objetivo ? analisar o uso de subst?ncias psicoativas entre os universit?rios. "Trata-se de uma linha de pesquisa que foi feita em 1997, 2005, 2007 e que vai ser feita em 2009".

Em 2005, para realiza??o da an?lise foram entrevistados todos os calouros da UFJF, de todos os cursos. Em 2007, aplicou-se o mesmo question?rio nos calouros do ano e tamb?m naqueles que estavam no quinto per?odo. Em 2009, vai ser feito com os alunos do primeiro per?odo, quinto e nono.

Foto de estudantes Foto de uma pessoa fumando Foto do folder do Projeto Incluir

O question?rio continha perguntas sobre dados demogr?ficos, s?cio-econ?micos, sobre a quantidade, freq??ncia e circunst?ncias ligadas ao uso de subst?ncias psicoativas, bem como cren?as associadas ao uso destas subst?ncias.

As quest?es relativas ao consumo de cada grupo de subst?ncias consideraram o uso na vida, isto ?, o fato da subst?ncia ter sido utilizada aos menos uma vez, uso no ano (nos ?ltimos 12 meses) e uso no m?s (m?s anterior ? aplica??o do question?rio). Incluiu tamb?m perguntas que comp?e o question?rio CAGE, utilizado para rastreamento do alcoolismo desde a d?cada de 1970, com tradu??o e valida??o brasileira.

Influ?ncia dos comportamentos sociais e culturais

Para Ribeiro, os dados s?o alarmantes. "? preciso ver o que est? acontecendo de diferente e percebemos que as festas com bebidas livres, que aconteciam a cada semestre, agora, ocorrem praticamente todo final de semana".

O professor afirma que a grande discuss?o do estudo revela uma contradi??o. "Acreditava-se que com informa??o sobre os riscos provocados pelas subst?ncias psicoativas fosse contribuir para reduzir os ?ndices. Entretanto, as evid?ncias v?o na contram?o".

Foto de pessoas dan?ando em uma rave Foto: Marin Morales. Foto de um copo de cerveja Foto de pessoas dan?ando em uma rave

Ribeiro acredita que ? preciso ter mudan?as culturais amplas nos comportamentos sociais e culturais dos jovens. "Deve-se procurar outras alternativas de lazer e de inser??o social. Vemos que o consumo de drogas est? ligado aos modismos. Por exemplo, com as festas raves apareceram o ecstasy e desapareceram outras subst?ncias".

Ele sup?e que a realidade nas faculdades particulares seja semelhante ou ainda mais grave. "A expectativa ? de fazermos ainda uma parceria com as institui?es privadas para realizarmos o estudo".