Projeto orienta sobre os cuidados com as doen?as auditivas M?dicos de Juiz de Fora realizam quase cem atendimentos por m?s e esclarecem as preven?es e tratamentos para os cuidados da sa?de auditiva


Priscila Magalh?es
Rep?rter
07/08/2008

Para os pacientes atendidos pelo Programa Nacional de Sa?de Auditiva, recuperar a audi??o significa voltar ao conv?vio social. "Conseguir ouvir ? poder falar e estabelecer a comunica??o", diz o otorrinolaringologista Evandro Ribeiro de Oliveira.

Atrav?s do Programa, 98 pessoas s?o atendidas em Juiz de Fora todo m?s e cerca de 120 aparelhos s?o entregues. "Quem passa a us?-los n?o quer mais viver sem. Eles passam a fazer parte do corpo", diz a fonoaudi?loga Vanessa Oliveira. "Uma paciente come?ou usar o aparelho e, quando acordou uma madrugada e viu que chovia ela se levantou e o colocou para poder ouvir o barulho da chuva", conta a m?dica.

Al?m desse relato, existem outros. Agora, uma crian?a da zona rural de Juiz de Fora consegue ouvir as galinhas, a m?e chamando e a professora em sala de aula. Outros jovens voltaram a estudar e a fonoaudi?loga conta que tamb?m voltaram a viver.

Foto de Vanessa Oliveira O programa atende idosos que perderam a audi??o por envelhecimento do ouvido interno, crian?as que nasceram com problemas gen?ticos e trabalhadores, que expostos ao barulho constante, apresentam traumas sonoros. Desde 2005, quando o Programa do Governo Federal foi trazido para a cidade, mais de 3.200 pessoas foram atendidas.

Al?m de trabalhar no tratamento de doen?as, os m?dicos tamb?m incentivam a preven??o. "O teste da orelhinha, feito no primeiro m?s de vida dos beb?s, tem ajudado a fazer a detec??o precoce das doen?as, o que contribui para o desenvolvimento da linguagem", diz a m?dica, completando que a maioria dos traumas poderiam ser evitados.

Por isso, ela defende que a informa??o ? uma boa forma de preven??o. Quando detectam algum problema no ouvido, as pessoas recorrem a meios n?o indicados por falta de informa??o. "Temos um paciente que teve os dois ouvidos queimados, porque deixou a mulher colocar ?leo quente para melhorar o inc?modo", conta.

Contribui??o do barulho para os traumas

Tr?nsito intenso, sirenes, carros de som, constru?es. Essas s?o situa?es t?picas de cidades de m?dio e grande porte e que contribuem para a polui??o sonora. Quem trabalha diretamente com atividades barulhentas precisa se proteger, pois est? sujeito a ter problemas graves, podendo perder a audi??o.

Foto de Constru??o Foto de tr?nsito

"? medida que as cidades crescem, o barulho aumenta, o que gera irritabilidade e um trauma sonoro. Os trabalhadores da ind?stria e da constru??o civil precisam se proteger, pois o n?mero de traumas tem aumentado", diz o otorrino. A m?dica vai um pouco al?m e diz que, mesmo com o barulho aumentando em Juiz de Fora, a tend?ncia ? que os casos de perda auditiva por causa dele caiam. "As pessoas est?o tendo mais informa??o e est?o sendo conscientizadas a se protegerem durante o trabalho".

Al?m da irritabilidade, a polui??o sonora ainda pode provocar problemas de press?o, depress?o e labirintite. O barulho toler?vel pelas pessoas ? de at? 85 decib?is (db). Para exemplificar, o m?dico diz que uma turbina de avi?o faz um barulho de 130 db, enquanto uma maquita, usada para cortar azulejos na constru??o civil, provoca ru?dos de 95 db. "Uma pessoa exposta a esse barulho durante oito horas por dia em local fechado, deve se proteger, porque est? mais sujeito a traumas do que em ambiente aberto", aconselha o m?dico.

Foto de Evandro Oliveira Os primeiros sinais de que algum problema auditivo pode estar se instalando s?o a dificuldade para entender os fonemas apesar de escut?-los, zumbido no ouvido e sensa??o de ouvido tampado. "S?o sintomas que podem indicar problemas s?rios e muita gente n?o d? aten??o", alerta o otorrino, dizendo que o ideal ? procurar atendimento especializado o mais r?pido poss?vel.

Entre as formas de preven??o est?o evitar ambientes com polui??o sonora, uso do fone de ouvido com som excessivo, ficar perto das caixas de som em shows e fazer uso do protetor ao trabalhar em locais muito barulhentos.


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