Primeiras linhagens de células-tronco de polpa dentária humana são obtidas na UFJF
Uma equipe do Laboratório de Genética do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) extraiu células-tronco de polpa dentária humana de dentes decíduos (de leite).
A equipe obteve sucesso com as pesquisas feitas a partir da doação de dentes de leite de duas crianças, ambas com 6 anos. Os resultados obtidos estabeleceram as duas primeiras linhagens de células-tronco adultas da Universidade: a UFJF1 e a UFJF2.
As próximas linhagens que serão estabelecidas ainda este ano serão as células-tronco de tecido adiposo e a do tecido do cordão umbilical. Assim como a polpa de dente de leite, o tecido adiposo – obtidos de lipoaspirações – e o tecido do cordão umbilical são materiais que, frequentemente, são descartados no lixo, mas que são ricos em células-tronco, podendo ser utilizados em pesquisas.
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Alunos que antes precisavam migrar para São Paulo ou para o Rio de Janeiro, agora poderão desenvolver suas pesquisas com células-tronco na UFJF. No campo biotecnológico, as células-tronco são muito visadas pelo potencial que apresentam de poder ser transformadas em diferentes tipos celulares, tais como neurônios, músculo, cartilagem, osso e gordura, além de possibilitar estudos de diversos tipos de doenças na área da genética médica.
Existem dois tipos de células-tronco: as embrionárias, que necessitam da destruição do embrião, e as adultas, que são retiradas de tecidos e órgãos de indivíduos já formados. Uma das vantagens das células-tronco adultas é que, por meio delas, pode-se tentar entender características de uma determinada doença sem ter que submeter o paciente a várias cirurgias invasivas. Outro ponto importante sobre essas células é que elas podem ser usadas em pesquisas de terapia celular.
Já as células-tronco do dente de leite possuem a peculiaridade de ter características semelhantes às das células-tronco presentes na medula óssea, quanto algumas características de células-tronco embrionárias. Estudos indicam que as células-tronco da polpa dentária humana possuem atividade imunossupressora, ou seja, podem ser usadas e transplantadas entre indivíduos geneticamente diferentes em uma terapia celular, diminuindo o potencial de rejeição dessas células.
Terapia celular
Os pesquisadores pretendem desenvolver pesquisas que transformem essas células-tronco de polpa dentária em ilhotas pancreáticas, que são as células presente no pâncreas, responsáveis por produzir insulina. Isto pode levar ao desenvolvimento futuro de uma terapia celular para tratamento da diabetes, por exemplo. Mas as possibilidades de estudo são muitas. Essas células poderiam ser usadas ainda para tratamento de infarto do miocárdio e de diversos outros tipos de doenças.
Os textos são revisados por Mariana Benicá
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