Quarta-feira, 20 de junho de 2012, atualizada às 18h

Servidores estaduais de saúde têm nova rodada de negociações e greve será mantida

Nathália Carvalho
*Colaboração
Manifestação servidores saúde

Os servidores estaduais de saúde, em greve desde o dia 14 de junho, estiveram reunidos em assembleia nesta quarta-feira, 20, para apresentação dos resultados da negociação e definição dos rumos da greve.

A reunião foi realizada um dia após a nova rodada de negociação com representantes da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e da Secretaria de Planejamento e Gestão de Minas Gerais (Seplag), realizada na última terça-feira, 19. Na ocasião, foi discutido reajuste salarial e alguns pontos das propostas feitas pelo Sindicato Único dos Trabalhadores de Minas (Sind-Saúde/MG).

De acordo com a assessoria de imprensa do Sind-Saúde , a proposta do governo do Estado aponta para uma gratificação de 20,7%, benefício semelhante ao pago aos trabalhadores da Cemig, a ser concedido de forma escalonada aos servidores até 2014, proposta que não atende as reivindicações da categoria, que busca reajuste salarial de 65%, a exemplo do que foi concedido à classe médica. Diante do impasse, a categoria decidiu, durante a assembleia, manter a greve até a próxima sexta-feira, 22. Isso porque, nesta quinta-feira, 21, a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, vai receber representantes do movimento grevista. Assim, na assembleia de sexta-feira, os trabalhadores já analisariam possíveis propostas apresentadas pelo governo.

Em Juiz de Fora, a Gerência Regional da Saúde (GRS), o Hospital Regional Doutor João Penido e o Hemominas estão com apenas 30% do serviço em funcionamento, conforme determinação legal. A paralisação dos servidores envolve as 22 unidades da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Na última segunda-feira, 18, trabalhadores do Hospital João Penido fizeram manifestação na porta da unidade e pelas ruas da cidade para reafirmar os motivos que levaram os profissionais a optarem pela paralisação.

Um dos principais motivadores da greve diz respeito ao reajuste de 65% oferecido pela SES-MG aos médicos do Estado. "Nós precisamos de melhoria salarial e já estamos em luta há quase um ano e não fomos atendidos. O profissional médico merece o reajuste, mas os outros servidores da saúde também precisam ser contemplados", explica a diretora do Sind-Saúde, Maria Lúcia Barcellos. Enfermeiros, técnicos em enfermagem, profissionais do serviço social, entre outras profissões de equipes multidisciplinares, compõem o corpo de paralisação.

O sindicato exige, além do reajuste salarial igualitário, que o governo forneça melhores condições de trabalho, redução da jornada de trabalho para 30 horas sem redução salarial e mão de obra suficiente para atender às demandas das unidades de saúde. "As condições em Juiz de Fora estão sucateadas, assim como no resto do Estado. Precisamos melhorar o atendimento e quem mais sofre com essa situação é a própria população", comenta o delegado sindical do Sind-Saúde em Juiz de Fora, Valtecir Oliveira.

*Nathália Carvalho é estudante do 8º período de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Mariana Benicá 

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