O que é diabetes, como prevenir e tratar?
Entre 2000 e 2010, o diabetes matou mais de 470 mil pessoas no Brasil
*Colaboraçãor
22/10/2013
Entre 2000 e 2010, o diabetes matou mais de 470 mil pessoas no Brasil, colocando o país na quarta posição no ranking de casos no mundo. Mais de 13,4 milhões de pessoas sofrem com o tipo 2 do transtorno e a maior parte dos entrevistados de uma pesquisa divulgada nesta terça-feira, 22 de outubro, pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), ainda acredita que evitar o consumo apenas de açúcar é suficiente para não ter a doença.
Segundo a chefe do ambulatório de diabetes do Hospital Universitário (HU), Mônica Barros, os dados da SBD, mostram uma situação preocupante. "Os casos de diabetes andam em paralelo com os casos de obesidade, que por sua vez estão de mãos dadas com o sedentarismo. A nossa população está cada dia mais sedentária e obesa, e é de se esperar que mais pessoas desenvolvam o diabetes", diz.
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Ainda segundo Mônica, não há estudo que prove que a diminuição do consumo de açúcar previne a doença. "A única forma de se prevenir é praticando atividades físicas regularmente, para combater a obesidade. Em termos de alimentação, a ingestão da gordura saturada também está relacionada ao transtorno", afirma a médica.
Entenda a diabetes
Quando comemos, os alimentos são transformados em glicose (açúcar) pelo nosso organismo. Para entrar na célula, a glicose precisa da ajuda da insulina, cuja produção é feita pelo pâncreas. Nos diabéticos, o pâncreas não fabrica insulina suficiente ou a insulina não é capaz de se ligar às células. Por causa disso, a glicose se acumula no sangue e afeta órgãos do corpo. De acordo com Mônica, as pessoas mais propensas a desenvolver o transtorno são aquelas com histórico familiar em parentes de primeiro grau, pessoas com acúmulo de gordura, sedentários, hipertensos, pessoas com mais de 45 anos, mulheres que tiveram filhos que nasceram com mais de 4 quilos e mulheres que tenham a síndrome do ovário policístico.
Tipos de diabetes
Tipo 1 - O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, cuja característica é a fabricação de anticorpos contra o próprio corpo. No caso do diabetes, os anticorpos atingem o pâncreas. Os portadores do tipo 1 necessitam injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores normais. Embora possa ocorrer em qualquer idade, é mais comum em crianças, adolescentes e adultos jovens.
Tipo 2 - De acordo com Mônica, o tipo 2 está sujeito a uma predisposição genética, mas também vem de fatores ambientais, como o tipo de alimentação e o sedentarismo. Esse tipo ocorre geralmente em pessoas com mais de 40 anos. A insulina é presente, mas sua ação é dificultada pela obesidade. Por ser pouco sintomática, o diabetes, na maioria das vezes, permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento, o que favorece a ocorrência de suas complicações no coração e no cérebro.
Sintomas
Quando presentes, os sintomas mais comuns são sede excessiva, excesso de urina, aumento do apetite, perda de peso, cansaço, vista embaçada e infecções frequentes, principalmente as de pele.
Tratamento
"É uma ilusão essa coisa de que o diabético não pode comer certas coisas nunca mais. Dentro de uma orientação nutricional, em uma cota pequena, a pessoa pode sim", afirma Mônica. Segundo ela, o tratamento dos dois tipos têm em comum as dietas e os exercícios aeróbicos e de resistência. No caso do tipo 1, o uso da insulina é obrigatório. Para o tipo 2, o tratamento se inicia com medicamentos via oral e depois de cerca de dez anos a pessoa pode passar a tomar a insulina.
Cartilha
A partir de um projeto em conjunto da equipe multidisciplinar da Faculdade de Medicina, da equipe do Ambulatório de Diabetes do Hospital Universitário da UFJF e Seccional de Juiz de Fora da
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, uma cartilha sobre a doença foi desenvolvida por pacientes adultos, com grande esclarecimento do diabetes.
O informativo é dividido em capítulos como alimentação, atividades físicas e o que fazer quando se sentir mal. Uma versão infantil também foi disponibilizada e tem distribuição gratuita, com opção para download. Para Mônica, a iniciativa é essencial. "Uma vez que você desenvolve uma doença crônica, precisará mudar várias coisas na sua vida, e uma das coisas mais difíceis de se mudar é um hábito. As cartilhas são importantes para ajudar as crianças e adultos nesta transição", afirma.
*Laura Lewer é estudante do 6º período de Jornalismo do CES/JF
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