Autodefesa

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Mulher pode e deve se defender Anote as dicas para evitar as situa?es de risco

Renata Cristina
Rep?rter
31/05/2007

Delicadas, sens?veis e rotuladas de sexo fr?gil. Durante d?cadas, as mulheres tiveram que conviver com um estigma distante de suas personalidades. Muitas delas, com uma rotina pesada, mostraram-se guerreiras, donas de uma for?a inabal?vel.

Mesmo com as in?meras conquistas ao longo da hist?ria, elas ainda continuam sendo alvo de ladr?es, golpistas e abusadinhos de plant?o. Passada de m?o, esfrega no ?nibus e at? cantadas fazem parte desta lista de amea?as contra o "sexo cor de rosa". Por esse motivo, muitas optam por cursos de defesa pessoal ou pelo aprendizado de artes marciais e lutas.

Este ? o caso da estudante Patr?cia Schmitz (foto abaixo), 17 anos, que, ap?s ser assaltada tr?s vezes, no centro de Juiz de Fora, pensou em voltar ao mundo do boxe, j? que havia chegado ao campeonato mineiro no in?cio da adolesc?ncia. "Mesmo atenta nas ruas e sabendo diversas t?cnicas, fui v?tima da viol?ncia, mas n?o perdi a seguran?a", afirma.

Neste aspecto, Patr?cia acredita que ganhou com os princ?pios transmitidos durante as aulas de boxe. "N?o adianta reagir nestes casos, por isso entreguei tudo e, em um dos assaltos, tive que voltar descal?o para a casa. A defesa pessoal atua com a preven??o e eu n?o poderia lutar sozinha contra os assaltantes", observa.

O exemplo da estudante revela uma id?ia controversa difundida entre as mulheres: de que a autodefesa ? agressiva. Se h? alguma "super girl" querendo eliminar os bandidos pelas ruas, essa n?o ? a melhor alternativa.

O campe?o sulamericano de karat?, Carlos Galv?o Alberto Rocha, garante, em seu livro "Guia de autodefesa para mulheres espertas", que a precau??o ? a melhor ferramenta para se livrar de casos de viol?ncia.

A baixista Gabi Corr?a (foto abaixo) ? uma das que usa os conselhos do mestre para se proteger. "Ando sempre em locais de movimento e fico atenta a qualquer suspeito", diz.

Com 21 anos, ela nunca foi assaltada ou sofreu algum tipo de agress?o nas ruas. Mesmo com um hist?rico impec?vel, Gabi pretende aprender defesa pessoal. "Acho muito interessante, afinal pequenos detalhes podem fazer a diferen?a", admite.

Quando se trata de engra?adinhos, daqueles que surgem em ocasi?es inesperadas, a mo?a revela que n?o tem medo de reagir. "Tudo depende do fato, mas se fizerem alguma gracinha, vou atacar verbalmente ou dar um tapinha, um belisc?o", brinca.

T?cnicas para vencer o medo

O faixa preta e t?cnico da Sele??o Juizforana de Taekwondo, mestre Fernando Ribeiro (foto ao lado), alerta que cada arte marcial tem um objetivo. "Depende muito do que o aluno procura para si. A dedica??o ? muito importante", observa. Por esta raz?o, o mestre sugere que v?rias artes sejam conhecidas, para que o aluno tenha certeza de sua escolha. "O ideal ? procurar mais de uma academia e fazer uma aula".

No dia-a-dia, o especialista usa a filosofia do "sempre alerta" para garantir sua seguran?a. "Podemos evitar de entrar na garagem, se tiver algu?m suspeito por perto", exemplifica. Outras a?es podem ser tomadas pela mulher, como atravessar a rua, caso haja algu?m "de olho".

O grande segredo para as garotas que passam por situa?es constrangedoras e perigosas ? usar os pontos fracos dos homens. Em geral, garganta, queixo, olhos e ?rg?os genitais podem ser alvo f?cil. Elas tamb?m t?m suas armas anat?micas, como unhas, cabelo, joelhos e p?s. A voz ? mais uma aliada nessa guerra dos sexos. Um grito em um local deserto pode inibir o agressor.

Vai encarar?

Para quem pensa que a mulherada n?o sabe se defender, pode ir se preparando para mudar de id?ia. Pelas ruas, a equipe de reportagem do portal ACESSA.com encontrou mulheres valentes, daquelas que n?o perdem a oportunidade de partir para a luta.

H? cinco anos, a dona de casa Eliane Em?dio (foto abaixo, ? esquerda) dedica-se a capoeira e ao taekwondo. "Para a mulher, a arte marcial representa sa?de e autoprote??o", destaca. Entre outros benef?cios, Eliane coloca na lista as amizades e viagens que faz por conta do esporte. "Somos soci?veis e gostamos de conversar e fazer amigos", define.



A cantora Carol Tavares (foto acima, centro) fez um curso de defesa pessoal para se proteger dos engra?adinhos durante os shows. "Se a mulher souber levantar o joelho, funciona", brinca. Durante suas aulas, a artista aprendeu reagir diante de passadas de m?o no bumbum, pux?es de cabelo e agarra-agarra, comuns nos shows. "Toda mulher devia conhecer as t?cnicas", aconselha.

J? a estudante universit?ria Mariana Occhi (foto acima, ? direita) escolheu o boxe como aliado. "Ando muito distra?da pelas ruas e acho importante saber se defender, al?m de manter o corpo em dia", diz. Mesmo dominando a t?cnica de alguns golpes, ela ainda prefere lidar com a preven??o. "N?o abro carteira, nem mexo na bolsa e no celular quando estou em locais perigosos". Se for preciso, ela garante que ataca. Vai encarar?