Quinta-feira, 5 de setembro de 2019, atualizada às 8h20

Juiz de Fora tem dois casos de sarampo confirmados e outros dois em investigação

Da redação

Juiz de Fora tem dois casos de sarampo (importado) confirmados e outros dois em investigação, segundo informações da Secretaria de Saúde divulgadas nesta quarta-feira, 4 de agosto. Os casos suspeitos foram enviados para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, para descartar ou comprovar os casos por meio de exames mais complexos, como o de sorologia.

Na última terça-feira, 3, o Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (DVEA) de Juiz de Fora recebeu uma nova notificação de sarampo. O caso é referente a uma criança, sexo feminino, um ano de idade, moradora do Bairro Aeroporto. A equipe do DVEA realizou a investigação do caso, onde foi constatado que a menina esteve em contato em outra cidade, com parentes que residem em São Paulo, região onde há surto da doença. A criança foi atendida na rede de saúde particular, que após suspeita efetuou a coleta de material biológico e envio da amostra para o laboratório Pardini, em Belo Horizonte. Essa testagem é aceita pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), portanto não será necessário refazer o teste via Fundação Ezequiel Dias (Funed), como de costume. O resultado do exame acusou positivo. Esse caso é considerado, de acordo com os padrões de avaliação do Ministério da Saúde, como importado.

Nesta quarta-feira, 4, a Vigilância Epidemiológica recebeu uma nova notificação de sarampo. Esta é referente a uma mulher, 41 anos, moradora do Bairro Novo Horizonte. Ela é mãe do adolescente de 16 anos, cujo o caso foi confirmado. A equipe do setor realizou a investigação do caso, onde foi constatado que a mulher esteve em contato em outra cidade, com parentes que residem em São Paulo, região onde há surto da doença. Conforme previsto em protocolo, foi colhida uma amostra biológica da paciente, que foi enviada para Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, para análise.

O Sarampo

O sarampo é uma doença viral, infecciosa aguda, grave, transmissível, contagiosa e comum na infância. Geralmente, os primeiros sintomas são: febre, exantema (manchas avermelhadas que se distribuem de forma homogênea pelo corpo, com direção cabeça-membros), sintomas respiratórios e oculares. No quadro clínico clássico as manifestações (além da presença de febre e exantema maculopapular) incluem tosse, rinorréia (rinite aguda), conjuntivite (olhos avermelhados), fotofobia (aversão à luz) e manchas de koplik (pequenos pontos esbranquiçados presentes na mucosa oral).

Ações

A equipe do DVEA, avaliou as cadernetas de vacinação dos familiares e pessoas com quem a paciente de um ano teve contato recentemente. O mesmo já tinha sido realizado com os parentes da mulher, de 41 anos, quando foi feita a investigação do caso do adolescente de 16 anos. Na ocasião, a mãe foi orientada a procurar uma unidade de saúde para ter seu cartão avaliado.

Cobertura Vacinal

Segundo dados do Setor de Imunização da Secretaria de Saúde (SS), na última campanha de vacinação contra o sarampo, realizada em 2018, a cobertura atingiu o índice de 95,68%.

Esquema Vacinal

A vacina contra o sarampo, conhecida como tríplice viral, faz parte do “Calendário Nacional de Vacinação” e está disponível durante o ano todo nas salas de vacinação do município. São necessárias duas doses da vacina para a pessoa estar imunizada por toda a vida, ou seja, as doses administradas no passado são válidas e não há necessidade de se vacinar novamente. É imprescindível que crianças, adolescentes e adultos estejam com a caderneta vacinal ao procurar uma unidade de saúde. Quem não tiver em mãos o cartão vacinal, e não souber se já foi imunizado, deve procurar a UBS de referência para análise do caso e vacinação, quando o profissional de saúde responsável pelo atendimento entender como necessário.

Em crianças:

1ª dose: administrada aos 12 meses (1 ano de idade)

2ª dose: administrada aos 15 meses. (1 ano e 3 meses de idade)

Em adolescentes e adultos até 29 anos: duas doses, com intervalo de 30 dias entre as doses.

Pessoas entre 30 e 49 anos tomam apenas uma dose.

Contraindicações da Vacina

A vacina é contraindicada em registro de imunodeficiências congênitas ou adquiridas (clínica ou laboratorial grave), infecção pelo HIV em pessoas com taxas de CD4 (células do sistema imunológico) menor que 15%, gestantes e pessoas com alergia grave aos componentes da fórmula.

Dose Zero

Seguindo recomendação recente do Ministério da Saúde (MS), publicada em agosto de 2019, crianças na faixa etária de 6 meses a menores de 1 ano devem ser vacinadas contra o sarampo. Em Juiz de Fora, a imunização está disponível nas 63 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), no Departamento de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente (DSMCA) e na sala de vacinas do Posto de Atendimento Médico (PAM Marechal), localizada no 3° andar do prédio. Conforme orientação do MS, esta dose da vacina não é válida para fins do calendário nacional de vacinação da criança, ou seja, com um ano deverá tomar a primeira dose, e com 15 meses a segunda, para que seja considerado imunizado.