Trabalhadores da saúde são mais de 12% dos casos confirmados de Covid-19 em Juiz de Fora  

Os funcionários relatam mudanças de rotina e cuidados redobrados devido à pandemia. Até o momento, a cidade registrou três óbitos de servidores de saúde

Angeliza Lopes
Repórter
30/07/2020

A pandemia do novo coronavírus tornou desafiadora a rotina de qualquer trabalhador que precisou se adaptar ao home office, aos cuidados de proteção e higienização devido ao medo de se contaminar no ambiente de trabalho ou no caminho para ele, cuidados com familiares, filhos em casa, redução de horários do transporte público ou, até mesmo, nas restrições de locais para almoçar. Agora, por mais que os profissionais que atuam na linha de frente do combate à Covid-19 já tivessem uma maior familiaridade com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), imagina somar toda esta dinâmica a uma condição de trabalho ainda mais arriscada?

Os médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, farmacêuticos, atendentes, faxineiros e tantas outras especialidades da área cruzam todos os dias com o epicentro dos possíveis contágios em Juiz de Fora. Por isso, qualquer deslize quanto às normas de proteção ou negligência por parte das coordenações de cada unidade de saúde da cidade podem colocar em risco tantas vidas dedicadas aos cuidados de outras pessoas.

O que demonstra esta realidade são os números solicitados pelo Portal ACESSA.com à Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). Até quarta-feira, 29 de julho, do total de 3.424 pessoas com diagnóstico positivo de Covid-19, 436 eram profissionais de saúde que atuam na rede pública e privada do município, o que representa mais de 12,7% do total de casos confirmados até a data. Importante destacar, que como os trabalhadores estão mais expostos ao vírus, fazem parte do público elegível para a testagem gratuita quando apresentam sintomas, o que também contribui para o alto índice de confirmações da doença.

Outro dado que mostra o alto índice do contágio entre funcionários da saúde são as notificações de síndrome gripal deste grupo, que chegou a 1.704 até a última quarta, 29, segundo a Secretaria de Saúde. Deste total, 436 foram confirmados para a Covid-19, o que corresponde a 25,5%.

Rotina muito louca

Nem quem fez graduação na área de saúde imaginava situação tão atípica como a atual pandemia do novo coronavírus, afirma a enfermeira do Hospital de Pronto Socorro Doutor Mozart Teixeira (HPS) e diretora de saúde do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Juiz de Fora (Sinserpu-JF), Deise da Silva Medeiros. "Quando entramos no setor, colocamos muitos equipamentos, máscaras que incomodam e temos que ficar adaptando, pois elas machucam o rosto. Para quem trabalha em unidade fechada, a N95 é usada o tempo todo. É desgastante todo monitoramento exigido e preocupação para não se contaminar", detalha Deise, que atua na sala de emergência do HPS. Ela diz que a maior responsabilidade da contaminação é do trabalhador, já que o uso correto diminui muito as chances. "Hoje, é máscara na rua, no trabalho, respiramos ela 24 horas. Isso resseca as vias aéreas e preciso beber água toda hora. Estamos reavaliando muitas condutas que não tínhamos em relação ao trabalho e respeito pela vida do outro. A aglomeração é o mais importante e agora entendemos o quanto incomoda".

A enfermeira Cristina de Souza Montes Barcelos, do Hospital Regional Doutor João Penido, referência no atendimento à pacientes com Covid-19 de Juiz de Fora e região, relata que existe todo um protocolo de atendimento, com isolamento para pacientes que exigem transferência de setor e testagem de todos antes da internação. Ela faz parte da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e afirma que todos o EPIs são disponibilizados às equipes, além da realização de treinamentos, fluxograma de atendimento e dos Equipamentos. Um infectologista também atua junto com o grupo para o cuidado dos servidores.

As restrições refletiram ainda mais na vida de Cristina, que mora com sua filha, de 11 anos, e esposo. "O medo foi maior no início, mas com o tempo vamos acalmando. Eu que coleto todos os exames dos suspeitos e, até agora, está correndo tudo bem. O vírus é muito difícil de entender, pois sabemos que mata, mas não é tão fácil pegar. É o que tenho sentido". Com toda mudança na rotina de vida, ela conta que sua filha precisou ficar quatro meses sem sair na rua. "Hoje ela foi para a casa da avó. É difícil manter uma criança trancada. Já meu marido ficou um mês em casa, mas já voltou ao trabalho normal", detalha.

No hospital, a enfermeira precisa lidar com familiares preocupados, já que é permitido acompanhantes apenas em casos excepcionais. "Isso faz com que a gente tenha zelo ainda maior. É um momento que não vai passar logo como esperávamos. Neste momento, percebo que estamos no pico em Juiz de Fora, já que os casos aumentaram bastante na última semana. Os resultados que saiam em 24 horas ou 48 horas, estão demorando mais. Entramos na época das crises alérgicas que pioram a situação, pois os sintomas da Covid-19 se misturam muito a várias doenças", diz Cristina. Para ela as regras de isolamento social foram essenciais para a redução de sobrecarga nos hospitais. "Teve aumento de pacientes com algumas reaberturas do comércio. Todos os hospitais estão cheios. A UTI ainda tem vaga, mas estão bem mais cheios".

As clínicas médicas e setores de atendimento de plano de saúde também devem seguir protocolos de segurança, como em todos os estabelecimentos da cidade que já podem voltar à atender a população, presencialmente. Mas mesmo com a necessidade das adaptações para segurança dos trabalhadores, em algum locais ainda há negligência para os cuidados com as equipes. Uma funcionária do setor de atendimento de um plano de saúde de Juiz de Fora, que preferiu não se identificar, conta que mesmo que seja reduzido o número de pessoas que são atendidas, a tensão é constante, devido ao medo de contaminação. "Em nosso setor, recebemos capote de baixa qualidade, luvas e máscaras frágeis. As N95, segundo orientação do hospital, devem ser usadas até rasgar, ignorando necessidade de trocá-las a cada 15 dias", detalha a funcionária.

Além da negligência em relação aos equipamentos, a atendente recorda que onde trabalha houve caso de paciente atendido que testou positivo para Covid-19, sendo que um até chegou a óbito, o que levou à coordenação disponibilizar um medidor de temperatura na entrada do local. "A clínica não se dispõe a fechar para fazer a higienização e já nos avisaram que mesmo que algum de nós fique doente, nem todos serão testados".

A trabalhadora diz que mora com os pais idosos e tem medo de prejudicá-los por causa da falta de higienização adequada e transparência no espaço onde atua. "Já tivemos aqui no meu setor funcionários com sintomas gripais leves, mas não foram dispensados ou testados, porque estavam funcionais. Ninguém tem coragem de denunciar, já que o medo é generalizado de perder o emprego em meio à pandemia".

Três óbitos na rede pública de saúde

Até o momento, a cidade já registrou durante a pandemia, pelo menos, três mortes de funcionários que atuavam em unidades de saúde por Covid-19. Até 13 de julho, a Secretaria de Saúde divulgou que o Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental registrou os óbitos de um homem de 41 anos, que faleceu em 12 de abril, com doença cardiovascular crônica como conformidade; e de um homem de 55 anos, que morreu no dia 10 de julho. Ele não teria comorbidades relatadas. O terceiro óbito ocorreu no dia 11 de julho, de uma mulher, 56 anos, também com doença cardiovascular crônica.

Mesmo que a PJF não seja autorizada a divulgar ou confirmar as identidades das vítimas, conforme legislação vigente que se baseia no artigo 322 da Portaria de Consolidação nº 5 de 28 de setembro de 2017, o Portal conseguiu identificar os profissionais, após apurações com base nas datas das mortes e idades das vítimas, e cruzamento dos posicionamentos publicado pelo Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Minas Gerais e Sinserpu.

O primeiro caso trata-se do técnico de enfermagem Agnaldo do Nascimento Emídio, 41, que trabalhava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte; já o segundo era o servidor que atuava como recepcionista da Unidade Regional Leste, Antônio Jorge Costa, 55. Por último, foi confirmado a morte da enfermeira Rosângela Anacleto dos Santos, 56, que era servidora do Hospital João Penido.

Questionada sobre a confirmação da morte por Covid-19 da enfermeira, a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que "desde o início da pandemia, até o momento, foram notificados três óbitos de profissionais de saúde das unidades da rede Fhemig. Um desses óbitos notificados foi no Hospital João Penido".

Sindicatos alertam para falta de testagem

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Minas Gerais, Anderson Rodrigues, afirma que a categoria atua com pressão principalmente do setor privado, que obriga o trabalhador, muitas vezes, a se calar. "Existe uma subnotificação e, infelizmente, como o sindicato atua em todo estado, trabalhamos com denúncias. Mas, sabemos que existem possíveis casos de profissionais de saúde contaminados que são afastados sem testagem, tanto na saída dos 14 dias, quanto no retorno". O presidente diz ainda que, atualmente, não há denúncias de falta de EPIs, mas um controle maior do seu uso nos setores públicos e privados. "O maior problema que temos é o quantitativo insuficiente, que já havia na enfermagem, e isso se agravou com a pandemia".

Em relação a morte da enfermeira do Hospital João Penido, Rodrigues lamenta a perda, e diz que o Sindicato notificou em 21 de julho todas as instituições de saúde para que testem seus profissionais. "Orientamos também que os trabalhadores denunciem situações irregulares e condições inadequadas de trabalho. Precisamos deles para agir", orienta. As denúncias podem ser feitas pelo site do Sindicato.

A diretora de saúde do Sinserpu, Deise da Silva Medeiros, também afirma que na rede municipal de saúde há uma restrição nas testagem dos profissionais. Ela relata que os servidores são testados somente quando apresentam sintomas e depois de 14 dias de afastamento, retornam ao trabalho sem testar. "Quanto aos assintomáticos, não estão sendo testados. A Prefeitura segue os protocolos da Vigilância, mesmo após solicitação do Sindicato em testar todos, baseado na antecipação de tutela concedida ao COFEN - Conselho Internacional de Enfermeiros em Genebra", afirma Deise. Quanto aos equipamentos de proteção, ela diz que depois de muitas denúncias e cobranças a Prefeitura adequou a distribuição para as unidades de saúde. 

A técnica de enfermagem do Hospital João Penido e delegada sindical do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG), Wildania Maia, reforça a preocupação em relação a não testagem dos servidores de saúde do estado. "Eles alegam que só irão testar se o funcionário for sintomático, porém existe um Decreto de Lei 47.977, de 10 de junho de 2020, que estabelece ampla testagem de seus funcionários, mas isso não vem acontecendo. É importante enfatizar o número crescente de funcionários testando positivo. A pergunta é? Podemos estar positivo, transmitindo para os usuários e pessoas mais próximas, sem contar na preocupação com nossos familiares", alerta a delegada sindical. Já em relação aos EPIs, ela também afirma que estão chegando aos trabalhadores, mas de forma contingenciada.

Outra denúncia registrada pelo Sind-Saúde/MG, há 15 dias, foi a negativa de atendimento de uma servidora estadual, em Juiz de Fora. "Ela sentiu mal durante o plantão e foi orientada a procurar outro hospital. Se ela estivesse com o vírus, pense quantas pessoas passará por ela até a outra unidade, além de ser um descaso com o colaborador".

Protocolo vigente estabelece testagem apenas de sintomáticos

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que os protocolos vigentes sobre a Covid-19 estabelecem a testagem de servidores sintomáticos, que são encaminhados seguindo o fluxo de atendimento do município onde a unidade está localizada, conforme a política SUS. No caso de Juiz de Fora, o fluxo da rede municipal é de atendimento inicial nas unidades básicas de saúde (UPA's) para testagem e acompanhamento dos casos. Se houver necessidade, o paciente entra na Regulação para internação nos hospitais de referência da região, entre eles o Hospital Regional João Penido.

No que se refere à ação judicial, a decisão do desembargador Jirair Aram Meguerian, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) determina que a União coordene ações do SUS para ampla testagem dos profissionais. Dessa forma, a SES-MG aguarda os encaminhamentos da instância superior.

Já com relação ao Hemocentro de Juiz de Fora, informamos que houve afastamentos preventivos na unidade. Entretanto, somente um servidor foi confirmado com Covid-19, sendo o mesmo afastado imediatamente, além de cumprir todos os protocolos de distanciamento. O resultado atual do teste deu negativo. Até o momento, não houve nenhum óbito na unidade.

A SES-MG reforça que o Hemocentro de Juiz de Fora tem tomado todos os cuidados necessários para garantir serviços de excelência tanto às pessoas candidatas à doação, quanto aos pacientes.

PJF afirma redobrar esforços para segurança dos servidores

A Secretaria de Saúde da PJF informa que, desde o início da pandemia, tem trabalhado de forma ininterrupta para garantir EPIs e insumos para todas as suas unidades de saúde, de atenção básica, secundária e de urgência e emergência. Mais de um 1,4 milhão itens, como máscaras cirúrgicas e N95, álcool líquido e em gel 70%, aventais descartáveis e cirúrgicos, lençol, luvas de procedimento, óculos de proteção, face shield, touca cirúrgica, papel toalha e sabonete líquido.

Além disso, a Prefeitura de Juiz de Fora, em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (PJF) também garante que todos os profissionais de saúde do município, das redes pública e particular, que apresentem ao menos dois sintomas de síndrome gripal - febre >37,8ºC, tosse, dispneia, mialgia e fadiga ou ainda sintomas respiratórios superiores e gastrointestinais, tenham acesso de forma gratuita ao teste (RT-PCR) para confirmar ou descartar Covid-19.

A consciência da necessidade de apoio psicológico aos profissionais da área levou a Prefeitura a concretizar o projeto “Cuidar da Mente Para Cuidar da Vida”, executado desde março. O atendimento é voltado para servidores que atuam nas unidades de saúde gerenciadas pela PJF. Até o momento foram atendidos 231 profissionais em 76 grupos. Novas turmas estão sendo agendadas. Os coordenadores das diversas áreas serão capacitados para dar continuidade às intervenções.

MPT investiga condições de trabalho em 19 unidades em JF

A partir de denúncias de irregularidades na área da saúde, a Procuradoria do Trabalho em Juiz de Fora investiga as condições de saúde e segurança e proteção contra a Covid-19 em 19 estabelecimentos de saúde, dentre os quais hospitais, Programa Saúde da Família (PSFs), clínicas, UPAs, Consorcio Intermunicipal de Saúde.

Entre as irregularidades mais denunciadas estão o não fornecimento ou fornecimento inadequado ou insuficiente de equipamentos de proteção individual.

Como medida preventiva, o MPT informa que está em contínuo trabalho de orientação e sensibilização sobre procedimentos e normas de segurança específicos para a contenção da doença no ambiente de trabalho. "O MPT já expediu 41 recomendações notificatórias que trazem um conjunto de medidas a serem adotadas em diversos segmentos econômicos e órgãos públicos. Entre eles, se encontram todos os 100 municípios que compõem a circunscrição do MPT em Juiz de Fora, 52 sindicatos de trabalhadores, 15 entidades patronais e 20 empregadores".

Os trabalhadores que desejam protocolar novas denúncias de irregularidades no ambiente de trabalho, devem acessar o site do MPT. Há também disponível, embora congestionado devido às circunstâncias atuais, o serviço Disque Denúncia, pelo número 0800-702-3838, das 9h às 16h.

Hospitais detalham cuidados durante pandemia

Hospital Monte Sinai

O Hospital Monte Sinai informa que os primeiros protocolos de atendimento a pacientes e condutas de segurança para atendimento datam de 31 de janeiro de 2020, elaborados pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) que tem enfermeira especializada e, desde meados de março, médica infectologista exclusiva para orientação sobre as medidas mais adequadas para proteção de pacientes, funcionários e corpo clínico. A equipe ajuda o comitê de crise, que se reúne periodicamente para definir cada fluxo e norma interna de segurança.

Quando aos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), eles afirmam que não houve falta para as equipes nestes quatro meses de pandemia. Alguns materiais foram adequados, como a confecção de máscaras descartáveis com material chamado SMS, além dela são disponibilizados: respiradores semifaciais, face shield, óculos de segurança, aventais impermeáveis, dentre outros que se tornaram necessários, para efetiva proteção dos trabalhadores. O pessoal de linha de frente utiliza máscara especial, chamada respirador, que pode ser reprocessada. E tanto para o pessoal que faz uso contínuo desta máscara, quanto da N95, a equipe tem o suporte da Comissão de Curativos e Lesões por Pressão para evitar lesões de pele. As equipes passam por treinamentos periódicos.

Também são realizadas aferição de temperatura e oximetria diária, uso de máscara descartável durante jornada, disponibilização de dispensers de álcool em gel e álcool a 70% em todos os setores para higienização das mãos e de superfícies.  

Para os funcionários que apresentam sintomas gripais, o hospital emite atestados ou atendimento na emergência, quando necessário. Os que são de grupos de risco foram afastados e quem foi testado positivo para Covid-19 receber acompanhamento via telemedicina e apoio psicológico.

Atualmente, o Monte Sinai está no que chama de Fase 3 do enfrentamento da pandemia, de transição para um “novo normal” onde a definição de condutas para isolamento do atendimento a fluxos Covid e fluxos de atendimento geral é clara e segura. A retomada das cirurgias eletivas teve início em 19 de abril.

Em quatro meses de pandemia, 20 dos mais de 1.000 funcionários do hospital testaram positivo para Covid-19. A maioria apenas com sintomas leves, alguns foram internados e receberam cuidados clínicos, nenhum precisou de cuidados intensivos e não há óbitos. Em nenhum caso foi rastreada possibilidade de contaminação interna. São monitorados os funcionários que tiveram parentes de contato direto infectados.

Hospital Albert Sabin

O Hospital Albert Sabin criou um Comitê de Crise composto por gerentes e a diretoria com o respaldo do Diretor-Presidente Célio Chagas.

O time de suprimentos, adquiriu os insumos necessários para garantir o atendimento dos pacientes e proteção de todos os colaboradores. O hospital afirma que intensificou a higienização, separação do refeitório, separação do fluxo de pessoas e cuidado constante com o ambiente. Do ponto de vista assistencial, existe um acompanhamento diário do fluxo do atendimento realizado no Pronto Atendimento e a condução da equipe de enfermagem com protocolos seguros e treinamentos constantes.

Entre as ações do Comitê de Crise, Gestão de Pessoas, é observado clima organizacional e da saúde mental dos colaboradores, através de planos de monitoramento de emoções para entender o nível de estresse das lideranças assistenciais, atendimento inicial a colaboradores em conjunto com o Serviço de Psicologia, acompanhamento diário de todos os colaboradores que apresentaram atestados de sintomas gripais, orientações aos familiares e cuidado individualizado.

HU-UFJF

O HU-UFJF afirma que tem fornecido todos os EPIs necessários para a proteção de colaboradores e dos pacientes, como máscaras, aventais (inclusive impermeáveis), gorros, luvas, pijamas hospitalares, álcool, entre outros. Os ambientes já são frequentemente higienizados, seguindo as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Inúmeros treinamentos estão sendo realizados com os profissionais desde o início da pandemia, como as instruções de paramentação e desparamentação, e procedimentos específicos de atuação com pacientes Covid-19. O HU também fornece aos profissionais máscaras cirúrgicas e N95, conforme protocolos de segurança estabelecidos.

Os colaboradores sintomáticos do HU, incluindo residentes e terceirizados, têm acesso a um ambulatório criado para o atendimento, e acesso ao exame RT-PCR quando indicado. No momento, o HU faz um inquérito sorológico com todos os colaboradores que estão em trabalho presencial, a partir do Teste Rápido. Nos dois casos, quando o resultado é positivo, o trabalhador é afastado e acompanhado, conforme os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde e norma da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).

Hospital da Unimed

O Hospital Unimed informa que está adotando um protocolo de segurança ainda mais rigoroso, com fluxos diferentes de atendimento: um para os pacientes convencionais e outro para os que apresentam sintomas gripais. Há entradas, recepções, elevadores, andares, equipes e leitos exclusivos para cada caso. Dispõe de apartamento com isolamento respiratório, uma UTI para casos convencionais e outra só para suspeitos de Covid. E, para reforçar a segurança, clientes, colaboradores e visitantes são submetidos à medição de temperatura. Além disso, o Hospital disponibiliza máscaras e álcool em gel para todos.

Assim que declarada a pandemia da Covid-19 pela OMS, a Unimed Juiz de Fora instituiu dois comitês específicos para lidar com a crise. Entre eles o Comitê de Contingenciamento Assistencial, responsável por alinhar a atuação dos recursos próprios bem como administrar com mais segurança os fluxos e distribuição de insumos e EPIs para todos os colaboradores e médicos cooperados.

O Hospital passa por uma higienização completa diariamente, além de fornecer treinamentos específicos para toda a equipe que está no combate a Covid-19.

Até o momento, foram registrados menos de 1% de afastamentos de funcionários por testarem positivo para Covid-19. Nenhum óbito ou caso grave.

A ACESSA.com também entrou em contato com o Hospital Santa Casa, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.