Ana Stuart 14/01/2009
Depende da m?o que segura
Nesta fase de elei?es, ou melhor, das posses dos prefeitos, passei a observar os discursos de posse.
Confesso que n?o gosto de pol?tica, mas confesso tamb?m que todos somos pol?ticos, uns mais competentes, outros menos. Sem desmerecer nenhum discurso.
Digamos que a famosa Intelig?ncia Social e Emocional ? que comandam o show. Senti que, neste momento, todos disseram discursos incr?veis e tocantes, com energias muito positivas de garra e esperan?a. Mas o prefeito de Marip?, em sua posse, tocou-me de forma muito especial quando disse: ?Tudo depende da m?o que segura?. Quando se referiu que a bola na m?o de qualquer um de n?s vale R$ 12, mas na m?o de Ronaldinho vale R$120.000. Que a raquete em nossa m?o pode at? valer R$ 50, mas nas m?os do Guga, al?m de valer R$ 500.000, jogou o Brasil no top do t?nis mundial.
A? fico pensando se a m?o que segura o dinheiro, o livro, o bisturi, a vassoura, o rem?dio, o conhecimento, o ber?o, a sabedoria, a chave de fenda, a pasta, a comida, a dire??o... Enfim o poder, seja da pr?pria vida como da fam?lia, da comunidade, da religi?o, da ci?ncia, do mundo, se ? uma m?o realmente ?segura?.
Passamos por diversas fases no desenvolvimento humano que ? o AMOR (inf?ncia), o ?DIO (adolesc?ncia) e a REPARA??O (fase adulta em diante) e, dependendo de como estas fases foram vividas, aceitas e elaboradas ? que definir? esta m?o que segura.
Qualquer pessoa pode tornar valiosa o que segura em suas m?os, pode aumentar de forma incr?vel este valor inestim?vel. Indo do sentimento mais profundo e inconfess?vel at? o confess?vel. E a? vai depender de como lida com a Liberdade e a Responsabilidade.
Convenhamos que segurar a liberdade ? t?o dif?cil quanto segurar a pena ao vento. E segurar a responsabilidade ? t?o dif?cil quanto subir a mais alta montanha com muitas dores no corpo e tendo que subir de qualquer maneira, sabendo que n?o tem mais como descer.
Esta m?o que segura precisa tornar valioso o que carrega, pois ser? a ?nica bagagem que levar? para a grande viagem, mesmo porque caix?o n?o tem gaveta.
Ent?o que bagagem estamos acumulando? O que estamos segurando? At? onde conseguimos correr ou caminhar com a pena? E at? que ponto da montanha estamos galgando?
Como ? dif?cil assumir que tudo depende de nossas m?os que seguram ou n?o...
N?o importa a idade para sabermos ou encararmos em que fase de nossas vidas deixamos de segurar; importa sim, n?o termos medo de recome?ar e assumir, pois com certeza este ser? o maior valor que levaremos em nossa bagagem.
Ana Stuart
? psic?loga e terapeuta familiar
Sobre quais temas (da ?rea de psicologia) voc? quer ler novos artigos nesta se??o? A psic?loga Ana Stuart aguarda suas sugest?es no e-mail viver_psique@acessa.com.
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