Ana Stuart Ana Stuart 2/6/2010

Reconstruir

mudança de vidaEstamos nos referindo às reconstruções que são efetuadas após desconstruções.

Necessitamos desconstruir uma série de fatores em nossas vidas, que normalmente são construídas dia após dia.

Quando um paciente entra num consultório cheio de vontade de organizar sua vida e sair de processos doentios, é necessário, antes de mais nada, desconstruir os hábitos nocivos já tão enraizados em seu inconsciente. Ou seja, libertá-lo dele mesmo. Usar da empatia para mostrar que acredita em sua dor, mas que o tempo dele será respeitado de modo a ajudá-lo a desconstruir para reconstruir.

Vamos citar alguns exemplos práticos, como o alcoólatra que necessita mudar os hábitos sociais, radicalizando ou não. Esse processo tanto dele(a) quanto da família será no tempo de cada um.

Outro processo interessante de desconstrução X reconstrução são as atuais redes sociais de universo virtual. As crianças estão nascendo dentro deste universo. Os adolescentes cresceram dentro deste universo. Mas os adultos não, e muito menos os adultos mais próximos da 3ª idade. Estes - e a partir destes - estão tendo que reconstruir e reaprender. Principalmente os solitários – sem descartar o tete-à-tete.

Outro processo de reconstrução tão comum em nosso meio é o dos que se separam. Durante o luto necessita desconstruir e, para sobreviver, reconstruir. Quando me refiro à separação e luto me refiro também à morte.

Nos casos de doenças graves na família, principalmente quando se trata de criança ou adolescente, o processo de desconstrução e reconstrução é muito rápido. Nada assusta mais no contexto familiar do que a doença infantil ou do adolescente. Nestes casos, infelizmente, a "culpa" desconstrói toda a estrutura emocional, jogando por terra todos os alicerces.

A dor se faz necessária para avaliarmos e esclarecermos os pontos de reconstrução.

Reconstruir na melhor idade, quando todos os membros familiares já partiram, é vital. Saber que é possível e necessário reviver os pontos positivos e reformular os hábitos, como dançar, nadar, caminhar, sorrir, agregar-se a um grupo de apoio ou para apoio.

Outra reconstrução muito importante é no caso da separação, para aquele membro que fica mais sofrido. Nestes casos é importante saber que tudo passa e que viemos preparados para nos acostumarmos a novas situações. E se olharmos com olhos positivos este processo de desconstrução e reconstrução certamente encontraremos o ponto de equilíbrio e por que não o da felicidade.

Enfim, que tal olharmos nossas construções atuais e verificar os caminhos da reconstrução necessária?! Só é necessário um ingrediente muito importante: a coragem.



Ana Stuart
é psicóloga e terapeuta familiar



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