Chá - Como preparar uma boa xícara
Preparar a perfeita xícara de chá não é uma tarefa tão simples como parece. Embora seja tranquilamente viável preparar do modo convencional (aquecer a água e despejá-la na xícara com o chá), a perfeita xícara de chá deve estar acompanhada de algumas observações importantes.
A história do chá se iniciou na Antiga China há 5.000 anos. De acordo com a lenda, o jovem Imperador Shen Nong era um hábil soberano, criativo cientista e também patrono das artes. Seu avançado senso de organização, entre outras coisas, determinava que toda e qualquer água para ser ingerida deveria ser fervida, como precaução higiênica.
Certo dia, durante o verão, quando visitava uma região distante do seu Império, ele e sua corte pararam para descansar. De acordo com suas ordens, os servos ferviam a água para consumo dos membros da corte. Folhas secas de um arbusto próximo caíram sobre a água fervente e um líquido de coloração castanha começou a infundir-se na água. Como era cientista, o Imperador se interessou pelo novo líquido, bebeu um pouco e considerou-o muito refrescante. E então, de acordo com a lenda, criou-se o chá - este mito mantém-se como uma narrativa, que muitos historiadores consideram ser narrada de uma forma muito semelhante aos fatos como ocorreram, atualmente, perdidos na história antiga.
A influência Chinesa
O consumo de chá se espalhou pela cultura chinesa, alcançando todas as classes da sociedade.
Em 800 d.C, Lu Yu escreveu o primeiro e decisivo livro sobre o chá, o Ch'a Ching. Este surpreendente homem era um órfão criado e educado por monges budistas, em um dos mais refinados monastérios chineses. Entretanto, quando jovem, ele se rebelou contra a disciplina rígida do treinamento sacerdotal, que fez dele um hábil observador.
Sua fama como realizador aumentava a cada ano, mas ele achava sua vida sem sentido. Finalmente, isolou-se por cinco anos, como uma forma de exclusão. Desenhando a partir de sua vasta memória de observador de lugares e modos, codificou os vários métodos de cultivo e preparo do chá na China Antiga.
Vale aprender e praticar
Para cada um dos principais grupos de chá, existe um modo específico de preparo, embora estas regras não sejam tão rígidas. Em geral, é importante observar seis fatores: a qualidade da água, a temperatura da água, a qualidade do chá, o tempo de infusão, os utensílios de preparo (bule, xícaras, etc.) e o gosto pessoal do apreciador.
É experimentando e utilizando-se da imaginação que será possível obter diversos sabores, aromas e, ainda, o seu melhor sabor. A quantidade de água a se utilizar deve ser baseada na proporção xícara por pessoa e a quantidade de chá deve ser de um saquinho por pessoa, ou uma colher de chá por pessoa. Normalmente, devemos adicionar uma xícara a mais de água para compensar a evaporação.
Material: água para infusão (de preferência sem cloro, o ideal é água da fonte, filtrada, ou água mineral sem gás), água para o bule; chá da planta a ser usada em material recém colhido ou já seco e desidratado.
Método:
1. Coloque a água para ferver em uma panela;
2. Prepare o bule (de cerâmica, vidro ou porcelana), enchendo-o com água bem quente;
3. Quando a água da panela estiver próximo da fervura, jogue fora a água do bule, adicione nele os saquinhos (deixe o cordão do lado de fora), ou as folhas de chá e preencha-o com a água da panela;
4. Faça um banho-maria colocando o bule dentro de uma panela com água. Ligue o fogo e deixe ferver;
5. Após a fervura, desligue o fogo e deixe em infusão por uns 3 a 5 minutos;
6. Após o tempo de infusão, mexa o conteúdo do bule com uma colher e retire os saquinhos ou as folhas, se usadas;
7. Sirva o chá, utilizando açúcar, mel, adoçante, para adoçar e, ainda, adicione leite ou limão ou o que preferir, dependendo do seu gosto, mas sempre acompanhado de pãezinhos, bolinhos, biscoitos, geléias, torradas, etc.
Achou complicado!?
Nem tanto. Mas você pode estar perguntando se tudo isso é mesmo necessário. Portanto, vamos para as justificativas:
ERVA – podem ser usadas ervas medicinais sejam in natura, colhidas recentemente ou ervas já secas, desidratadas. Use o banchá ou chá verde como base e acrescente outras ervas de sabor agradável e de comprovado efeito terapêutico, como camomila, hortelã, erva cidreira, cana do brejo, folhas de pitanga, folhas de abacateiro e outros.
De cada vez que for preparar um chá use, no máximo, três plantas diferentes e vá variando, periodicamente, para melhores efeitos em sua saúde.
BULE - O bule deve ser cheio com água quente até o preparo do chá para evitar que o mesmo esfrie com rapidez. Deve ser mantido em banho-maria para que, durante a infusão, ele mantenha o calor. Dê preferência aos bules de cerâmica, vidro ou porcelana, pois estes acumulam o calor por mais tempo que os de metal. Não deixe o chá por muito tempo em infusão, pois a água quente poderá dissolver outros componentes que deixarão o sabor levemente ácido, amargo demais e desagradável.
ÁGUA - Um assunto bastante polêmico a ser tratado é qual a água apropriada para a infusão do seu chá preferido. Não pense que a água ideal é a de poço ou da torneira. Existem diversos fatores intrínsecos que garantem a você uma boa xícara de chá.
Em primeiro lugar, a água é considerada um "solvente universal". Logo, muitas substâncias químicas estão dissolvidas na água que costumamos beber. Entre estas substâncias temos dois grupos responsáveis, em grande parte, pela qualidade da água e pela infusão: o grupo da Dureza Permanente e o da Dureza Temporária.
Mas o que é dureza? - Vamos a uma pequena aula de química. A dureza da água é relacionada com a presença de sais de cálcio e magnésio dissolvidos; quanto mais dura a água, mais sais desses elementos estão dissolvidos. E não é só na qualidade do seu chá que a dureza influencia, mas também na ação do sabão, pois quanto mais dura a água, menos o sabão se dissolve e menos se forma espuma.
Deixando o sabão de lado e voltando para a dureza, a temporária é formada por carbonatos de cálcio e magnésio, e pode ser eliminada por aquecimento do líquido. A dureza permanente é formada por outros sais de cálcio e magnésio e não é eliminada por aquecimento do líquido, mas pelo uso de resinas especiais que capturam os íons de cálcio e magnésio da água. Felizmente, a dureza que influi na infusão é a dureza temporária, que torna o líquido escuro e amargo.
Outro fator de grande influência é o PH da água - Como segunda lição de química de hoje, pH é conhecido como potencial hidrogeniônico, e mede, de certa forma, se a água é ou não ácida. O pH acima de 5.5 também deixa a infusão escura e amarga. Ah! Ia me esquecendo, o cloro também escurece e deixa a infusão amarga, sem falar do seu gosto residual, sempre desagradável.
O que posso fazer para melhorar meu chá?
- Não procure melhorar a água que vem de sua torneira, compre uma água que possua suas características descritas no rótulo. As águas minerais são sempre boas escolhas. Antes de comprar, procure observar o pH, que em geral é em torno de 5.4, o que traz a vantagem de já serem ácidas. Outra grande vantagem de seu uso é, de pelo menos, estarem livres do cloro utilizado em tratamento de mananciais.
- Lembre-se, ao aquecer a água mineral, não deixá-la ferver por muito tempo, pois este ato elimina o ar dissolvido, tornando o gosto também desagradável. Particularmente, aqueço a água até próximo da fervura (note o aparecimento de pequenas bolhas na parede do recipiente).
Então não há desculpa, compre uma boa marca de água mineral, use plantas selecionadas, siga corretamente os passos descritos neste artigo e verá que seu chá irá melhorar, sensivelmente, de qualidade.
Com sinceros votos de muita paz a tudo e a todos, ficamos à disposição para responder e esclarecer pontos relacionados a este tema. Quer saber mais? Entre em contato conosco, pois as informações são muitas, mas o espaço do artigo é limitado. Aguardamos seu e-mail.
Encerramos com saudações holísticas!
Armando Falconi Filho
Armando Falconi Filho
é Terapeuta Holístico, Escritor, Consultor, Conferencista
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