Empresa produz tábuas
RC fica em antigo endereço no Alto Gasparinho
RC fica em antigo endereço no Alto Gasparinho
Um antigo endereço na estrada geral dos trentinos, no Alto Gasparinho, resiste ao tempo. O modesto galpão de madeira, com pouco mais de 100 metros quadrados, tem seguramente mais de 50 anos. Não tanto pelo tempo, mas o curioso são os diferentes ramos de negócios que nele já existiram. O espaço foi referência de lazer na comunidade quando foi construído para ser um salão de baile. Em contrapartida, causou arrepios até ao mais religioso dos moradores das redondezas quando a música cessou e ali se instalou uma fábrica de caixão de defuntos. Felizmente, a clientela não apareceu e a empresa fechou as portas ou mudou de endereço. As instalações foram ocupadas por uma tecelagem, e depois por uma serraria.
A serraria se especializou em produzir tábuas para carnes e legumes, um tipo de produto que pensava-se estar em vias de desaparecer do mercado, assim como as instalações pela sua rusticidade e estado de conservação. Nada disso.
Roberto Petry, dono da RC Madeiras de Ilhota, arrendou as instalações há seis meses, promoveu melhorias e até as ampliou com a construção de um anexo onde os produtos são embalados. Ele conhece pouco da história do galpão, sabe apenas da boca dos empregados das atividades que ali existiram. “Eles contam que já foi um salão de baile, tecelagem e até fábrica de caixão de defunto”, diz Petry.
O empresário iniciou no ramo madeireiro em 2000, no Braço do Baú em Ilhota, mas por causa da falta de espaço a produção era limitada a dois tipos de produtos: porta-chaves e cabides. Depois que a RC Madeiras abriu suas portas no Alto Gasparinho, o negócio deslanchou. Segundo Petry, a venda é boa, mas já foi melhor antes dos produtos à base de polipropileno invadirem as casas das pessoas. “Nossos avós utilizavam uma tábua por vários anos, hoje quem ainda a usa troca a cada seis meses”, observa Petry.
A empresa trabalha por demanda, ou seja, não faz estoque e atua apenas no atacado. “Nossa produção é toda comercializada para um atacadista de Gaspar, que revende para outros do centro do País”. O carro-chefe é a tábua de alimentos e legumes, com uma produção mensal que beira a 20 mil unidades. Petry explica que os demais produtos - porta-chaves, cabides e prateleiras - são fabricados do refugo da madeira não utilizada na produção das tábuas. A madeira é o pinus – cerca de 40 mil metros cúbicos/mês – extraído de áreas reflorestadas no vizinho estado do Paraná. As tábuas são fabricadas em oito tamanhos e modelos diferentes. A empresa tem cinco funcionários, todos moradores da região do Alto Gasparinho.
Fabricação é rápida e simples
O processo de fabricação das tábuas é relativamente simples. A primeira etapa é a plainagem da madeira bruta. Em seguida é feito o corte das peças em tamanho retangular. Uma máquina, conhecida por moldadeira, dá o formato final ao produto. O equipamento é ajustado de acordo com o tamanho da tábua. No caso da RC Madeiras são oito tamanhos diferentes. Na quarta etapa, a tábua é lixada. A última etapa é a embalagem do produto.