Tablets permitem portabilidade e acesso rápido a informações Com adequações nos sistemas operacionais, aparelhos prometem causar a extinção de netbooks e notebooks

Victor Machado
*Colaboração
31/5/2011

Nova febre mundial, os tablets já permitem ao usuário acessar à internet, fazer apresentações de trabalhos, jogar e, até, dar aulas. No entanto, os aparelhos ainda têm algumas restrições.

O diretor técnico de uma empresa de informática, Lucas Correa Reis Ribeiro, comenta que o principal impacto com o surgimento desses aparelhos é a portabilidade. "A pessoa pode acessar os e-mails e trabalhar pela internet, em qualquer local que tenha rede wi-fi. Isso é muito interessante. Os tablets são ainda mais portáteis que um netbook. Cabem em qualquer bolsa."

Apesar dessa vantagem, ele comenta que os aparelhos possuem programas e sistemas operacionais específicos, que restringem a instalação de softwares usados em computadores convencionais. "Bons editores de vídeo, de texto e de foto, por exemplo, não podem ser instalados nos tablets. É como se fosse um celular grande."

Segundo Ribeiro, os fabricantes prometem inovações, que podem causar a substituição de netbooks e notebooks por tablets. Ele garante que as empresas vêm buscando o aperfeiçoamento dos sistemas para que programas pesados possam ser instalados. "Com o tempo, esses sistemas vão melhorar e os tablets vão acabar com os netbooks. Hoje em dia, já existem produtos fantásticos, com chip de computador, telas muito boas, videoconferência. A evolução vai proporcionar um aumento de mercado ainda maior."

O economista Wilson Garbero Júnior afirma que a utilização do tablet proporcionou maior interatividade, principalmente, nas viagens a trabalho. "Utilizo há cerca de três meses e, como viajo bastante, o aparelho me permite leitura de revistas, jornais e e-mails." No entanto, Garbero afirma que os tablets ainda têm a deficiência de não permitir acesso a alguns arquivos de pen-drives. "A única dificuldade é essa. Não consigo ter acesso a todos os meus arquivos."

Preço

Segundo Ribeiro, o preço de um tablet ainda é empecilho. Ele afirma que é possível encontrar no mercado aparelhos de boa qualidade a partir de R$ 1.649. "O tablet mais simples da melhor marca do mercado, com 16 Gb, sem conexão 3G, tem esse valor. Esses preços podem chegar a R$ 2.599, sendo um produto mais novo e com 64 Gb e 3G." No entanto, o diretor técnico comenta que é possível encontrar produtos de menor qualidade por valores mais baratos.

É o que confirma o gerente de uma loja de informática, Carlos Alexandre Escarati. "Um tablet da linha paralela, como são conhecidos os de marca menos conhecida, tem preço entre R$ 799 e R$ 900. Mas, é claro, que os melhores são acima de R$ 2.000. Ainda é um produto caro." Segundo Escarati, a maior procura nas lojas é de pessoas que não precisam usar aplicativos pesados e que necessitam de portabilidade e acesso a informações a qualquer momento.

Redução de imposto

O Governo Federal promete incentivos para a produção desses produtos no Brasil. A Medida Provisória (MP), divulgada no Diário Oficial da União, no dia 23 de maio, inclui os computadores portáteis do tipo prancheta, conhecidos como tablets, na mesma categoria dos convencionais e notebooks. Com isso, a medida isenta esses produtos do PIS/Cofins e o preço dos tablets produzidos no Brasil poderá ficar mais baixo, em comparação aos importados.

A medida altera o Artigo 28 da Lei 11.196, de 21 de novembro de 2005, conhecida como Lei do Bem, que dá incentivos fiscais às empresas que promovem pesquisas e desenvolvimento tecnológico. Outra alteração é a exigência de que conste nas notas fiscais emitidas pelo produtor, pelo atacadista e pelo varejista, a expressão "produto fabricado conforme processo produtivo básico".

O governo ainda pretende publicar uma portaria que inclui os tablets no processo produtivo básico, conjunto mínimo de operações que caracteriza a efetiva industrialização de determinado produto, que possibilitará a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Para Ribeiro, as medidas tomadas pelo governo vão aumentar a procura pelo produto, principalmente, pela queda nos preços. "Vão se tornar produtos mais atrativos para o público. Ainda mais, considerando que algumas empresas já estão se instalando no Brasil."

*Victor Machado é estudante do 7º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá

Os textos são revisados por Thaísa Hosken


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