Facebook deve ser usado com controle para não atrapalhar a vida realQuando o jovem fica muito tempo online, ele deixa de viver a vida para ter uma relação virtual, o que acaba tornando-o uma pessoa mais ansiosa
Repórter
10/8/2011
Os jovens estão cada vez mais conectados nas mídias sociais. No entanto, tais ferramentas, como o Facebook, devem ser usadas com controle para que a vida real não seja atrapalhada. A psicóloga Maria Ângela Santana enxerga benefícios no Facebook, mas alerta para os riscos.
"As pessoas reencontram muitos amigos de infância, ampliam o círculo de amizades e mantêm contatos com os colegas e trabalho e também de escola. Mas quando o jovem fica muito tempo, ele deixa de viver a vida para ter uma relação virtual, o que acaba tornando-o uma pessoa mais ansiosa. Ele precisa de mais reconhecimento e de sentir que tem muitas amizades."
Outro cuidado que se deve ter é o de não perder a intimidade, quando o uso da rede fica muito intenso e as pessoas compartilham, diariamente, as situações da vida privada. "A pessoa perde um pouco da intimidade dela." Sintomas de vícios são caracterizados quando o indivíduo deixa de cumprir com as obrigações dele, para ficar na internet.
Online 24 horas por dia
O jornalista Diego Rodrigues afirma que fica online na rede social 24 horas por dia. "No trabalho e em casa acesso pelo computador. Quando estou no trânsito e na academia, acesso pelo celular", conta. Segundo Rodrigues, mesmo quando ele está dormindo, o celular fica ligado na rede. No entanto, Rodrigues afirma que o uso da rede social nunca o atrapalhou. "Não deixo de fazer nada. Na verdade o Facebook me ajuda a realizar as minhas tarefas."
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Essa identificação com a rede, também é compartilhada pelo estudante universitário, Leonardo Martes. "Fico conectado seis horas por dia, sendo que, quatro são no estágio e as outras duas, em casa." Ele conta que tem perfis no Orkut, no Twitter, no Linkedin, mas todas as outras redes sociais estão ligadas ao Facebook. "Eu monitoro todas as redes pelo Facebook e pelo email, assim fica mais fácil de manter todas as atualizações." Mesmo com tanto contato com a rede, Martes afirma que as mídias sociais não o atrapalham. "Não deixei de fazer nada do trabalho por causa do Facebook. Eu consigo controlar bastante."
Para o jornalista Samuel Mendonça, a conectividade não tem limites. "Fico conectado pelo computador, pelo celular e pelo tablet. Onde eu puder, entro na rede." A média do jornalista é de dez horas por dia. Além do Facebook, Mendonça também está inscrito no Orkut, no Twitter, no Linkedin e no Google +.
Ferramenta de trabalho
Mendonça afirma que criou o perfil no Facebook, por causa do trabalho. "Gosto muito de procurar assuntos técnicos e divulgar notícias relacionadas à tecnologia." Martes conta que, como também é músico, a ferramenta já o ajudou na hora de conseguir trabalho. "Cerca de 80% dos trabalhos que eu faço como freelance consigo pelo Facebook e Orkut."
Outra oportunidade que o estudante viu na ferramenta é a participação de grupos de interesse. "Participo de um grupo para jornalistas, em que são divulgados sites e oportunidades de emprego. Compartilho informações e postos de trabalho e também fico monitorando as atualizações, para avaliar as que se encaixam ao meu perfil."
"O Facebook já me ajudou no âmbito profissional, pois firmei algumas amizades com profissionais da minha área, recebi indicações de emprego e consegui algumas oportunidades de serviços no setor de produção audiovisual", conta Rodrigues.
Fonte de informação
Rodrigues afirma que compartilha informações de todos os tipos, sempre com tendência sarcástica ou irônica. "Gosto de falar sobre os assuntos da atualidade e percebo que algumas pessoas estão sempre curtindo essas informações. Através do Facebook e do Twitter fico antenado sobre o que está acontecendo no trânsito, enquanto estou a caminho de casa e, também, recebo informações exclusivas daqueles que estão no momento em que a notícia está sendo construída." Para ele, o Facebook é uma ferramenta que revolucionou a maneira como as pessoas interagem via web.
De acordo com a psicóloga, a partir do Facebook, o jovem pode ter várias opções de informações, que podem acrescentar na vida profissional. Mas, se a pessoa abre mão do estudo para ficar no Facebook, o uso pode ser prejudicial. "O internauta pode conviver com informações que podem ser falsas. Se o usuário souber medir o tempo e não abrir mão das obrigações, não tem problema algum."
Os textos são revisados por Thaísa Hosken
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