História Geral e História do Brasil Estudar as matérias, contextualizando com os nossos dias
Repórter
01/06/2004
Interpretação de texto, datas, nomes de reis, imperadores, escritores,
presidentes, conhecimento dos fatos atuais e do motivo de suas causas...Ufa!
É muito detalhe. De acordo com o professor de História, Daniel Pavam,
as datas são importantes, mas o essencial é o que aconteceu em torno desta
data. O aluno, para estudar História precisa:
O professor diz que, atualmente, não dá para dizer especificamente o que cai no vestibular. "O estudante deve entender o período histórico. Ele fica preocupado em saber de um fato específico e não sabe a história da região em que o fato ocorreu. Isso aconteceu ano passado. A Guerra do Iraque era mais visível, mas caiu na prova a Guerra da Palestina. Tem a ver com a história da região", explica o professor.
Para Pavam, o aluno precisa se perguntar de onde saiu um conflito, por que ele surgiu. "Não dá para esquecer de relacionar o mundo, o movimento é global", diz. Ele ressalta que é importante ler revistas, jornais, assistir a noticiários e acessar à internet. "Hoje, os estudantes têm mais materiais disponíveis para ficarem bem informados", diz Pavam.
Compreensão
Com o Programa de Ingresso Seletivo Misto (PISM), as
cobranças nas provas de vestibular são diferentes, afirma o professor de
História, educador e
diretor de colégio, Iriê Salomão de Campos. "O colégio com método
tradicional tem dificuldade com o novo estilo de vestibular. As provas de
vestibular já não exigem mais as famosas decorebas", completa
Pavam.
O aluno deve ser preparado para compreender o que o professor ensina dentro de sala. E para o aluno mudar o jeito de estudar, o professor precisa mudar a forma de ensinar.
No PISM, o aluno precisa se preparar desde o primeiro ano do ensino fundamental. As provas, não só as de História Geral e do Brasil, são interpretativas tanto nas faculdades particulares quanto nas federais. "O conceito de Iluminismo, por exemplo, fica no corpo da questão e o aluno tem que responder quais as influências deste movimento nas Revoluções Burguesas. É preciso olhar o evento como um todo", reforça Pavam.
Ainda existem escolas e cursinhos que tratam o aluno como depósito de informações, que serão recolhidas na prova. De acordo com Pavam, essa mudança é gradativa. "O aluno deve ser fonte de conhecimento. Agora, o importante é o raciocínio. Esse negócio de saber cantinho de página está acabando", diz.
Para Pavam, não é impossível, mas é mais complicado estudar História sem o
professor. Mais uma vez, ele ressalta que estudar História é compreender. A
amarração dos fatos é feita pelo professor, que discute sobre os
acontecimentos.
Mesmo compreendendo tudo o que o professor explicou, sabendo formular seus próprios conceitos, desenvolvendo seu espírito crítico, a quantidade de vagas não é suficiente. A dificuldade para quem estudou compreendendo, já não é a prova e sim a quantidade de candidato/vaga.
"A tensão de passar no vestibular já não é uma barreira. Pode-se dizer que é quase uma muralha", diz Pavam. Mas afirma também que quem se prepara para compreender os fatos históricos, através de um contexto, está se preparando para a vida. "E o aluno samurai, que mata tudo que é questão, vai morrer, porque as provas de vestibular não têm tanta pegadinha", acrescenta.
História com ficção
Fatos históricos são explorados pela mídia. Novelas, filmes, miniséries contam através de romances, dramas, comédias e dos mais variados estilos, os fatos históricos mais importantes. O professor Pavam fala que a ficção retrata muito bem os movimentos.Ele exemplifica com a novela Chocolate com Pimenta e a Cabocla. "O coronelismo é muito bem reproduzido, a política de favores, e do Café com Leite são muito bem produzidas", conclui Pavam. O filme Soldado Ryan é um exemplo que retrata a História da guerra mundial.
É importante o vestibulando e o
estudante do PISM assistir aos vídeos dentro de sala com o professor.
Dentro de sala, as dúvidas são tiradas, críticas são feitas e chegam-se a
conclusões. "Sozinho, ele dificilmente consegue fazer um paralelo com o que
está estudando, porque o autor passa a perspectiva dele. E o que
importa é a visão de mundo do sujeito, ou seja, do aluno". Nem sempre o que se fala
numa novela ou filme é totalmente verídico por estar misturado a ficção.
O professor Pavam dá o exemplo da minissérie Um só coração. "A arte moderna foi enfatizada, mas pode cair alguma pergunta sobre a República Velha, época em que a arte moderna aconteceu".
Os professores Daniel Pavam e Iriê Salomão de Campos dizem que o complicado já não é entrar para uma faculdade e sim sair dela. "Existem muitos alunos que lêem, mas não compreendem. Tudo porque aprenderam a estudar decorando, depositando as informações ao invés de absorver. Eles não sabem elaborar conceitos, muito menos fazer esquemas, resenhas e resumos", concluem.