QUANDO A VIDA COME?A

	Artigo Quando a vida come?a

Muitas discuss?es s?o travadas acerca da ?poca em que a vida humana come?a. Alguns consideram que um embri?o de poucas semanas representa uma vida, outros n?o. Apesar disso, o fato ? que, de acordo com Papalia e Olds (2000), o in?cio biol?gico de todo ser humano ? a fra??o de segundo na qual um ?nico espermatoz?ide, uma das milh?es de c?lulas fecundativas do homem, liga-se a um ?vulo (c?lula ovo), um dos milhares de ?vulos produzidos e armazenados no corpo da mulher.

Dessa uni?o, surge uma nova vida, com uma constitui??o gen?tica ?nica, que influencia uma gama de caracter?sticas, desde a cor dos olhos, at? a sa?de, o intelecto e a personalidade.

A transforma??o de um ?nico ?vulo fecundado em um beb?, dura nove meses. Quem opera as transforma?es ? um grupo de genes que produz mol?culas chamadas morfogenes, acionadas ap?s a fecunda??o e que come?am a "esculpir" bra?os, m?os, dedos, o c?rebro, e todas as partes do corpo (Riddle, Johnson, Laufer, e Tabin, 1993; Krauss, Concordet e Ingham, 1993; Echeland et al., 1993 apud Papalia e Olds, 2000). Somando a isso, fatores ambientais tamb?m podem afetar o embri?o em desenvolvimento.

O desenvolvimento pr?-natal ocorre em tr?s est?gios, sendo eles: germinativo, compreendendo desde a fecunda??o at? aproximadamente duas semanas; embrion?rio, da segunda semana at? oitava ou d?cima segunda semana; e fetal, da oitava ou d?cima segunda semana, at? o nascimento.

No decorrer de todo esse processo de desenvolvimento pr?-natal, influ?ncias ambientais podem vir a interferir de forma ben?fica ou mal?fica. Desta maneira, um ambiente pr?-natal saud?vel pode proporcionar um in?cio de vida saud?vel, ou mesmo todo o restante do desenvolvimento.

O corpo da m?e configura-se como o ambiente pr?-natal, por isso, ela precisa atentar para poss?veis influ?ncias ambientais sobre seu corpo. A nutri??o, a pr?tica de atividades f?sicas, a ingest?o de drogas, doen?as maternas, a idade da m?e, a incompatibilidade de tipos sang??neos, a exposi??o ? radia??o e subst?ncias qu?micas, s?o fatores que podem interferir no desenvolvimento pr?-natal referentes ? m?e.

Fatores paternos tamb?m podem influenciar no desenvolvimento saud?vel pr?-natal. A exposi??o de um homem a chumbo, maconha e fuma?a de cigarro, ingest?o de grandes quantidades de ?lcool e radia??o e certos pesticidas podem resultar na produ??o de espermatoz?ides anormais (M. R. Spitz e Johnson, 1985 apud Papalia e Olds, 2000). A nicotina do cigarro do pai tamb?m ? fator prejudicial para a sa?de do beb? e da m?e. Al?m de tudo isso, o uso de coca?na por pais pode causar defeitos cong?nitos nos filhos.

Apesar dessa lista de poss?veis interfer?ncias ambientais com as quais a gestante e o pai precisam estar atentos, existe, atualmente, uma s?rie de instrumentos que avaliam o desenvolvimento e o bem-estar do feto. As t?cnicas de diagn?stico pr?-natal de defeitos cong?nitos e a possibilidade de terapia fetal, encorajam casais que t?m hist?rias m?dicas problem?ticas a optar pela concep??o.

A amniocentese, dentre outros instrumentos, por exemplo, pode detectar, segundo Milunsky (1992) apud Papalia e Olds (2000), a presen?a de cerca de 200 (de 4.000) defeitos gen?ticos, todos os dist?rbios cromoss?micos reconhecidos e outros problemas, inclusive defeitos do tubo neural, al?m de dist?rbios vinculados ao sexo.

As t?cnicas de diagn?stico pr?-natal podem propiciar, sen?o a repara??o, ainda no ?tero, do problema detectado, a organiza??o dos pais para receber o filho que venha a ter algum comprometimento. Os pais precisam se preparar, tanto emocionalmente, quanto no que diz respeito ao aparato de atividades que ser?o prop?cias para o desenvolvimento do beb?.

Denise Mendon?a de Melo
? psic?loga, formada pelo
Centro de Ensino Superior
de Juiz de Fora.
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