Artigo
Viol?ncia

::: 28/02/2007

Homem com raiva Existe um gatilho dentro de n?s que pode ser acionado a qualquer momento... e ? a? que mora o perigo. Estamos vulner?veis diante de n?s mesmos.

H? estudos sobre a viol?ncia realizados por neurocientistas que demonstram que a impulsividade de criminosos violentos cr?nicos parece ter como base uma predisposi??o cerebral.

Que altera?es fisiol?gicas no sistema l?mbico e no c?rtex pr?-frontal podem estar associadas ao comportamento impulsivo. Que desde a adolesc?ncia os homens tendem ? viol?ncia f?sica direta e que em todo o mundo a maioria dos criminosos pertence ao sexo masculino. Por?m o que dizer acerca da nossa viol?ncia interna, repleta de iras e ironias?

?dios normalmente acionados atrav?s da intimidade que incomoda e nos desnuda; a viol?ncia do olhar frio, g?lido e desconcertante. A viol?ncia do "ser sincero", quando em realidade estamos sendo ferinos. A viol?ncia do ci?me recheado de baixa auto-estima e excessiva depend?ncia do outro.

Como somos violentos quando jogamos nossas mazelas em nossas crian?as, descuidamos de nossos idosos, massacramos os adolescentes e aprisionamos nossos companheiros ou companheiras.

Sem contar a viol?ncia com que humilhamos nossos subordinados em nome do trabalho. J? pensou na auto-violenta??o da mulher que se submete ao ato sexual para n?o perder o parceiro em nome da solid?o ou em nome do medo da falta de subsist?ncia, quando fecha os olhos com pavor do ato? E quanto ao homem que se violenta quando abandona a pr?pria dignidade por uma mulher "poderosa"?

A viol?ncia da omiss?o, do desregramento, da cobran?a implac?vel em cima do mais fraco... Podemos enumerar as incont?veis viol?ncias ?s quais nos submetemos e submetemos os outros todos os dias. Existem os atos violentos que s?o para salvar, como cirurgias de emerg?ncia, a for?a emergente dos profissionais de sa?de, os salva-vidas, enfim, os violentos que salvam. Estes souberam jogar sua viol?ncia para salvar, ao inv?s de matar.

A viol?ncia dos traficantes que adentram nossos lares e levam nossos parentes.

A viol?ncia pol?tica que nos empobrece e humilha, achando que nos engana.

A viol?ncia da perda, quando nos s?o arrancados os entes mais queridos, e ficamos impotentes, inertes, infelizes mesmo...

A viol?ncia das doen?as silenciosas que corroem e matam em vida.

A viol?ncia do poder do amor desmedido e a viol?ncia f?sica dolorosa...

Vamos usar nossa viol?ncia para salvar e n?o para matar, que saibamos discernir quando ? uma e quando ? outra. E se n?o quisermos sublimar nossa viol?ncia, que seja sem deslocamento para a fascina??o ou subjuga??o e muito menos para a auto-puni??o.

A medida certa? N?o sei, mas prometo avaliar todos os dias da minha vida.


Ana Stuart
? psic?loga e terapeuta familiar

Sobre quais temas (da ?rea de psicologia) voc? quer ler novos artigos nesta se??o? A psic?loga Ana Stuart aguarda suas sugest?es no e-mail viver_psique@acessa.com.




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