Pesquisa: infec??o de parasitas na popula??o
N?meros revelam que de cem a 200 mil juizforanos est?o com algum parasito, como lombrigas e t?nias
Rep?rter
05/10/07
Estudos da linha de pesquisa em parasitologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) revelam que ? enorme a preval?ncia de parasitos como lombriga, oxi?rus e t?nia em toda popula??o. O ?ndice chega a ser de 20% a 40%, o que significa que entre cem a 200 mil juizforanos est?o contaminados com algum parasito intestinal e os ovos deles podem ser encontrados em qualquer lugar p?blico.
Dentro de um ?nibus, banheiros p?blicos, na sala de cinema, em feiras livres, elevadores, nenhum lugar est? livre dos parasitos, por causa da falta de higiene da popula??o.
Segundo a professora da UFJF e Doutora em Sa?de Brasileira, Sandra Tibiri??
(foto abaixo) quem n?o lava a m?o de forma correta pode se contaminar depois de encostar em qualquer local p?blico. "A pessoa que est? contaminada pode n?o
ter feito higiene adequada na hora de ir ao banheiro e estar com ovos de algum
parasito nas m?os e pass?-lo para o local em que encostar"
, revela.
Para entender a gravidade da situa??o ? preciso saber como acontece o ciclo
desses parasitos. "Eles costumam produzir muitos ovos e a pessoa contaminada
elimina pelas fezes. Se ela sai do banheiro e n?o lava as m?os de forma correta fica com esses ovos na m?o. N?o adianta apenas esfregar a m?o com
?gua e sab?o"
explica Sandra.
Como grande parte da popula??o est? infectada, s?o grandes as possibilidades disto acontecer em todos os locais p?blicos. Os ovos dos parasitos s?o aderentes e por isso sua transmiss?o s? pode ser evitada
com uma lavagem de m?os correta e com fric??o entre os dedos (veja no v?deo). O que deve ser feito antes de qualquer alimenta??o e depois da ida a algum
local p?blico. "Juiz de Fora tem muitos parasitos. Em uma feira livre encontramos mais de seis tipos diferentes de ovos deles"
, revela Sandra.
O cuidado deve ser maior quando se trata de crian?a. "Elas passam a m?o em
tudo quanto ? lugar e t?m aquelas que deixam a chupeta cair e logo depois est?o com ela na boca. Al?m disso, elas colocam muito o dedo na boca
e tem resist?ncia
imunol?gica baixa. ? preciso ter cuidado com elas e tamb?m lavar as m?os quando for trocar a roupa de um beb?"
, explica Sandra.
Outra dica de preven??o ? manter as unhas sempre curtas. "Quando elas
est?o grandes s?o um local que na maioria das vezes acumulam sujeira. O ideal ? passar uma escova por debaixo delas no momento de fazer a limpeza"
,
conta Sandra.
Para a pesquisadora na ?rea, os n?meros mostram que n?o h? qualquer preocupa??o do governo quanto ao combate de parasitos. "O ?ndice ? alarmante, mas como s?o doen?as que n?o resultam em morte, o governo prefere, remediar do que investir
em pol?ticas p?blicas de preven??o. Porque n?o sendo fatal n?o h? repercuss?o
negativa na m?dia"
, esclarece.
Al?m da m? higiene pessoal de boa parte da popula??o, a falta de saneamento b?sico e a forma como o lixo ? colocado nas ruas contribuem para agravar a situa??o. "Todos esses s?o pontos que devem melhorar. N?o adianta colocar o lixo na
rua fora do hor?rio, porque vem um bicho e bagun?a tudo e ? um prato cheio
para vetores dos parasitos, como baratas e insetos. Tudo contribui para essa preval?ncia dos parasitos"
, destaca.
Sujeira em local p?blico
Alguns usu?rios do transporte p?blico chegam a ver baratas nos ?nibus na
hora do transporte. Um resultado da falta de higiene dos usu?rios. "Mesmo que os ?nibus fossem desinfetados todos os dias, n?o h? como
evitar que baratas apare?am se houver restos de alimentos nos ve?culos. Onde h? resto de comida pode haver barata"
, explica Sandra.
Uma pesquisa em Belo Horizonte em seis linhas de ?nibus, mostrou que em todos
havia ovos de algum tipo de parasito. "N?o podemos julgar os ?nibus por
isso, em qualquer local p?blico isso pode acontecer. Em Juiz de Fora ? muito poss?vel
que se fizermos pesquisa semelhante vamos encontrar ovos tamb?m"
, destaca.
A professora tem uma linha de pesquisa onde fizeram levantamento em quase toda popula??o
de Goian?, Piau, Coronel Pacheco e feiras livres de Juiz de Fora. "Os resultados s?o alarmantes, s? n?o posso revelar nada, antes de publicar meu
estudo em revista cient?fica. ? um absurdo o governo n?o fazer uma pesquisa
sobre preval?ncia de parasitos h? mais de 50 anos"
, ressalta a professora.
Sandra trabalha com outros professores do Instituto Ci?ncias Biol?gicas (ICB) da UFJF na linha de pesquisa de parasitas. Os resultados do trabalho, de nome "Epidemiologia da Esquistossomose e parasitoses intestinais na Zona da Mata Mineira", deve ser divulgado no in?cio de 2008.
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