“Temos que ser resistentes”, dizem representante da comunidade LGBTI em Juiz de Fora
Editor
“Levantar a bandeira todos os dias e lutar contra a homofobia”. Essa frase define a fala dos entrevistados do Portal ACESSA.com, que destacaram a importância de se comemorar o Dia Internacional do Orgulho Gay – celebrado no dia 28 de junho.
Também conhecido como Dia Internacional do Orgulho LGBTI (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Pessoas Intersexo), a data tem por objetivo conscientizar a população sobre a importância do combate à homofobia para a construção de uma sociedade livre de preconceitos e igualitária, independente do gênero sexual.
Em Juiz de Fora, a Lei 9.791, de 12 de maio de 2000, mais conhecida como Lei Rosa, de autoria do vereador Paulo Rogério, defende o “combate às práticas discriminatórias, em seu território, por orientação sexual”.
Para a militante Bruna Leonardo (foto ao lado), “é um dia para se comemorar. Ainda mais em uma sociedade que, em pleno século XXI, ensina a gente ter vergonha de ser LGBTI. Porém, como o preconceito é ensinado, ele pode ser desconstruído, mostrando para a sociedade que nós temos orgulho de ser quem somos. Votamos, pagamos impostos e cumprimos as nossas obrigações, então, somos cidadãos como qualquer pessoa. É importante lembrar que os nossos deveres são cobrados, mas quando reivindicamos, o Governo nega, falando que queremos privilégio”.
Sempre à frente das causas da comunidade LGBTI, Bruna destaca o orgulho. “A todo momento tentam tirar isso da gente. Quando levantamos a bandeira, damos um tapa na cara da sociedade e mostramos que temos orgulho de ser diferente, mesmo sofrendo com o preconceito. É preciso mostrar quem somos, apesar de uma parte da população virar as costas para nós. Eu tenho orgulho de ser uma mulher trans. A partir do momento que assumimos a nossa identidade de gênero, estamos resistindo.”
Para Bruna, quando a comunidade se junta, fica mais fácil de lutar. "Juntos somos mais fortes. As pessoas deixam de realizar sonhos com medo do preconceito. Se eu não tiver orgulho, esperança, eu não sou militante. Por mais que tenhamos retrocessos, uma parcela da população está do nosso lado. Apesar do Brasil ser o país que mais mata LGBT'Is (dentro da comunidade, trans e travestis) cada vez mais a gente consegue pessoas que nos apoiam. Por mais respeito".
“Precisamos comemorar essa data porque não é só uma conquista LGBT, mas de toda a população. É uma luta diária, que garante bem-estar, qualidade de vida, pois respeito e dignidade todos nós merecemos”
Rebeca Feline, empresária (foto acima)
“No Brasil, tivemos a poucos dias um avanço com a criminalização da homofobia. De qualquer maneira, o judiciário avançou. Politicamente, estamos vivendo um retrocesso muito grande. A eleição de um governo conservador tem sido um desmanche de todas as comunidades sociais, não apenas da LGBT, mas dos direitos humanos e agricultura. A Rainbow Fest este ano está toda voltada para a questão da resistência. Os movimentos precisam resistir e manter a nossa presença política no cenário brasileiro. Precisamos dos gays trabalhando em todas as frentes conta o governo Bolsonaro”
Marco Trajano, diretor do Movimento Gay de Minas
“O Dia Internacional do Orgulho LGBT é uma definição que nós (homossexuais, lésbicas, bissexuais, transexuais e gays) devemos ter. A orientação sexual é algo que não se escolhe. É um presente que nós temos que comemorar. Além disso, temos que promover mais visibilidade para educar as pessoas, na busca por igualdade e reconhecimento. O Brasil precisa respeitar a diversidade de gênero, que não é um motivo de vergonha. É um orgulho e reconhecimento”
Yakira Queiroz, Miss Brasil Gay 2018
"Temos que fazer barulho todos os dias. Principalmente, no Brasil, em que a cada 24 horas um LGBT é assassinado. Nós Gays, Lésbicas, Bissexuais e simpatizantes temos que nos unir e nos orgulhar do que somos. Precisamos acabar com toda essa homofobia, pois o preconceito e a discriminação ainda existem, não só em Juiz de Fora, mas em todo Brasil. Todos os dias antes de sair de casa, eu tenho que estar preparado para lidar com os julgamento das pessoas, mesmo que seja apenas nos olhares. Temos que dar as mãos para driblar esse preconceito. Podemos ser o que quiser, sem medo"
Tiago Capuzzo, artista
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Origem da data
O Dia Internacional do Orgulho LGBTI é uma homenagem a um dos episódios mais marcantes na luta da comunidade gay pelos seus direitos: a Rebelião de Stonewall Inn. Em 1969, esta data marcou a revolta da comunidade LBGT contra uma série de invasões da polícia de Nova York aos bares que eram frequentados por homossexuais, que eram presos e sofriam represálias por parte das autoridades.
A partir deste acontecimento foram organizados vários protestos em favor dos direitos dos homossexuais por várias cidades norte-americanas. A 1ª Parada do Orgulho Gay foi organizada no ano seguinte (1970), para lembrar e fortalecer o movimento de luta contra o preconceito. A Revolta de Stonewall Inn é tida como o “marco zero” do movimento de igualdade civil dos homossexuais no século XX.
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