Nome do Colunista Luiz Henrique Duarte 15/04/2016

Dez ao cubo

A arte é uma concepção de ideias, expressa através de formas criativas em total movimento com o equilíbrio intuitivo de cada um. No contexto subjetivo, da liberdade de criação, a mostra Dez ao Cubo, que comemora dois anos, reúne artistas com obras inéditas, na Hiato, Galeria de Arte, um espaço arrojado, contemporâneo e inovador, aberto para a cultura artística sem fronteiras.

Em sua oitava edição, a mostra já passou por diversas cidades, como o Rio de Janeiro, Niterói, a charmosa cidade serrana de Petrópolis, Porto Alegre, além de alcançar proporções internacionais, como na Europa, mais precisamente em Paris, na França. O elenco original, formado por dez artistas, sempre convidam nomes novos para somarem ao grupo e representar outras visões interpretativas da figura cubista em obras de livre expressão.

Entre várias obras expostas, cada uma apresenta uma linguagem peculiar, composta por diferentes formas de serem apresentadas, como backlight (painel pintado e translúcido, iluminado por trás), desenhos, fotografias, nanquim, objetos e pinturas, porém, com uma poética no trabalho desenvolvido, com o objetivo de inserir o cubo neste intercâmbio artístico.

Vários artistas com nomes consagrados, como Alexandre da Costa, Arvellos, Bibi Gebara, Denise Campinho, Felipe Barbosa, Fernando Borges, Fuad Hajjat, Gian Shimada, Julio Castro, Luiz Carlos Carvalho, Maria Cherman, Norma Mieko Okamura, Osvaldo Carvalho, Paulo Mendes Faria, Roberto Tavares, Sérgio Torres, fazem parte desta exposição, além do artista plástico Petrillo, que integra o elenco original e ainda participa com uma obra. Ele contextualiza sua criação como: "minha obra foi em cima de telhados, observei telhados, desenhei, detalhei todos eles, apesar de não ser um cubo, estou trabalhando com a geometria implícita, de uma forma mais subjetiva", afirma.

O talento representativo do artista plástico Luiz Gonzaga, convidado de Petrillo, pode ser admirado e contemplado na sua totalidade. Sobre a sua obra, classifica: "é quase um avatar, vamos dizer assim", ressalta ele, sobre o robô que movimenta-se por tentáculos, como se fosse uma rede de conexões, ao mesmo tempo que transmite e recebe sempre novas informações. As gravuras em nanquim, criadas e concebidas também por ele, seguem o mesmo tema e podem ser apreciadas "in loco", pela beleza e os minuciosos detalhes, que validam o alto nível da exposição.

Com seis faces quadradas de tamanhos iguais, o cubo, de acordo com os estudiosos e pesquisadores, simboliza à eternidade, em virtude do seu caráter sólido. Misticamente, é o símbolo da estabilidade, perfeição, sabedoria e verdade. Em meio de várias definições fortes, cada artista expõe seu trabalho com uma proporção exata do domínio das cores, gerando um conjunto uniforme das obras.

A repercussão do sucesso, em todas às edições realizadas é consequência da competência de sempre disponibilizar obras exclusivas, criadas para esta finalidade, onde a sensibilidade emergente das formas cubistas contrapõem com a visão atemporal, para sensibilizar os olhares intrépidos e aguçados, sejam dos apreciadores da boa arte ou do público em geral, que ressalta o inócuo, das mais belas emoções artísticas, e que fazem sempre nascer novas formas e conceitos de interpretações.

As fotos de Angeliza Lopes Aquino.

Ficha Técnica:

Dez ao Cubo: Hiato Galeria de Arte - Rua Coronel Barros, 38, São Mateus, Juiz de Fora
Período: de 9 a 24 de Abril
Horários: 2ª a 6ª feira: 09h às 12h - 14h às 18h
Sábados: 9h às 13h


Luiz Henrique Duarte é Bacharel em direito, designer de interiores graduado, jornalista apaixonado por arte clássica e contemporânea, boa música, arquitetura e tudo relacionado à estética do bem viver.

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