Juliano Nery 10/6/2011 Imprescindível
E não é que a gelada semana de Juiz de Fora, com termômetros marcando até 8ºC esquentou esta semana?! Será a proximidade do dia dos namorados e os ritos comerciais que circundam mais uma data do calendário de consumo? Será a investigação realizada pela Polícia Federal, quanto a uma possível compra de votos na eleição municipal de 2008, por parte do prefeito Custódio Mattos e o vereador Rodrigo Mattos? Será a negociação salarial e os seus desdobramentos na vida cotidiana dos cidadãos? O que será? Talvez seja tudo isso... No entanto, dessa profusão de assuntos e ações, que deram uma aquecida em nossa cidade, prefiro me apegar no que é mais importante, naquilo que me parece imprescindível...
Dos corações soltos no ar com o 12 de junho, tenho visto somente a materialização do amor nos presentes. Será que ela tem cara de perfume? Será que ele vai ficar naquela calça jeans? Não se esqueça das flores, do jantar, do motel, das joias... O mercado tem prateleiras suficientes para atender a qualquer anseio do consumo. E é estranho pensar como se consome o amor, item imprescindível na vida de qualquer ser humano. Já dizia o velho Tom, "é impossível ser feliz sozinho". Mas e a questão do presente, seria também um item imprescindível? Não ouse descumprir o protocolo, caro leitor!
Quanto às denúncias que vem sendo investigadas em sigilo pela Polícia Federal, quanto a possível distribuição de dinheiro para facilitar a escolha do último prefeito de Juiz de Fora, em 2011, apresento as expectativas que são comuns aos munícipes: que a investigação seja levada até o fim e que se comprovem a inocência ou a veracidade das informações. Desta forma, será possível confirmar ou refutar a nota divulgada pela Assessoria da PJF, dando conta de que as acusações contra Custódio e Rodrigo Mattos, pai e filho, não tem clareza, mas, sim, motivação política e são inverídicas. É aguardar para ver. Acho que isso é o imprescindível desta história.
Já em relação às negociações salariais que já começam a pulular em greves, paralisações e prejuízos para as categorias e, principalmente, para a sociedade como um todo, acredito que o imprescindível é chegar a uma solução imediata. Como faremos sem os médicos nos hospitais públicos municipais, sem aulas nas escolas, sem o policiamento trabalhando de forma efetiva? E se observarmos os sinais, é notável uma ampla insatisfação, já que as negociações e o descontentamento não são credenciados a categorias isoladas, mas a parcelas importantes: são os grupos que fornecem saúde, educação, segurança... Coisas que não podemos ficar na espera e que inferem diretamente na qualidade de vida da população.
Por meu turno, torço para que a cidade continue "quente", ante ao frio que anuncia a chegada do inverno, ainda neste mês de junho. Legal saber que o que aquece pode ser uma data, uma investigação, uma luta sindical. Talvez, nem tudo se resolva ou chegue em bom termo. Afinal de contas, "tudo ao seu devido tempo". Mas tomara que o imprescindível seja sempre colocado em relevo e levado bastante a sério no amor, na política, nas bandeiras sociais ou em qualquer lugar.
Juliano Nery só tem olhos para o que lhe parece imprescindível.
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Juliano Nery é jornalista, professor universitário e escritor. Graduado em Comunicação Social e mestre na linha de pesquisa Sujeitos Sociais, é orgulhoso por ser pai do Gabriel e costuma colocar amor em tudo o que faz.
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