Juliano Nery Juliano Nery 25/11/2011

Por onde anda

Foto de táxiJá se tornou rotineiro. Toda vez que tomo a decisão de pegar um táxi é a mesma coisa: seja indo para a rodoviária, vindo de uma balada e/ou indo para casa de algum amigo que mora mais longe, percebo que as viaturas estão cada vez mais escassas nos pontos credenciados. Diria até que é artigo de luxo. Principalmente, quando mais se precisa, como naqueles fatídicos e comuns dias em que a garoa juiz-forana aparece e os carros passam pelas esburacadas ruas do centro da cidade, espalhando água em convictos pedestres, como é o meu caso. E para endossar minha argumentação tem a reportagem desta semana da jornalista Aline Furtado, confirmando que o tempo de espera em locais mais movimentados pode ultrapassar mais de 30 minutos. Então, tá! Mas, por onde andam os táxis desta cidade?

Não sei por onde andam as quase 500 viaturas credenciadas pela municipalidade, mas, conheço bem os transtornos, que não parecem ser temporários, como diz a Prefeitura em relação às obras na região central da cidade. Estranho pensar que tantos carros de placa vermelha não consigam atender à população. Parecem que eles estão sempre longe do usuário. Ainda mais, com a postura paradoxal da categoria nos últimos tempos: muitos taxistas fogem das ruas mais movimentadas do centro, por conta do engarrafamento e do trânsito caótico, mas não querem fazer corridas distantes e nem ir para bairros da periferia, por alegação de falta de segurança para trabalhar nesses lugares. Se não estão no centro e nem na periferia, por onde tem circulado, ora essa?

Estranho pensar que uma frota existente para proporcionar conforto para quem não quer encarar um busão lotado, com horário marcado e, diga-se de passagem, bastante espaçado, possa acabar tendo um serviço em piores condições, na comparação. Esperar meia hora por uma viatura não é algo muito confortável. Ainda mais, quando se está com malas, compras de supermercado e outros trambolhos nas mãos. Se o sol estiver rachando, a chuva ensopando e se estiver louco para chegar em casa, a situação pode ficar ainda pior. O que fazer, então?

Não tenho grandes ideias para o caso. Mais táxis? — Acho que já tem carro demais na rua, o que inviabiliza, inclusive, a segunda sugestão, comprar o próprio veículo, em 1.500 vezes, já que cada dia está mais fácil adquirir um automóvel. Andar de ônibus? Em horários de pico, não parece ser uma boa. Andar a pé é mais saudável, principalmente, se o ponto de chegada não for lá muito distante e as condições climáticas favorecerem — vale lembrar que Juiz de Fora é muito grande e é capaz de contar com as quatro estações em um só dia... — É, quem quiser ajudar, pode enviar sugestões, porque o trânsito e as particularidades que o envolvem, como é o caso dos táxis, continuam, em minha humilde opinião, sendo o grande gargalo da gestão da  chamada "nova" Juiz de Fora.

Por meu turno, já vou me encaminhar para o ponto mais próximo. Tenho um ônibus de partida na rodoviária me esperando daqui a pouco e pode ser que não haja nenhuma viatura de táxi a minha espera. É bom chegar o quanto antes, ter muita fé e paciência. Só com esses ingredientes se tornará possível aguardar a chegada do veículo.

Juliano Nery tem andado mais a pé do que de táxi. É mais barato e mais rápido.

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Juliano Nery é jornalista, professor universitário e escritor. Graduado em Comunicação Social e mestre na linha de pesquisa Sujeitos Sociais, é orgulhoso por ser pai do Gabriel e costuma colocar amor em tudo o que faz.