Cai criminalidade violenta na Zona OesteApesar da redução dos crimes, áreas próximas à UFJF ainda são consideradas perigosas pela polícia
*Colaboração
15/7/2009
Com a integração das polícias Civil e Militar, através das chamadas Áreas Integradas de Segurança Pública (Aisps), a ocorrência de crimes violentos, como homicídios, estupros, sequestro, extorsão e roubos, na Zona Oeste de Juiz de Fora, diminuiu 33,5%. É o que aponta um levantamento apresentado na manhã desta quarta-feira, 15 de julho, pelos responsáveis pela Aisp 103, que engloba um total de 79 bairros, se considerados os loteamentos, condomínios e granjeamentos do local.
"Somos responsáveis por uma região com bairros historicamente violentos, como Dom Bosco, Caiçaras e Santos Dumont. No entanto, com ações direcionadas para combater a criminalidade violenta, conseguimos uma redução significativa destas ocorrências", afirma o titular da 2° Delegacia Distrital, delegado Eurico da Cunha Neto (foto abaixo).
Desde novembro de 2008, não há registro de homicídio e estupro. Tentativas de homicídio não ocorrem há seis meses e o estupro tentado não é registrado há cinco meses. Casos de cárcere privado, extorsão e sequestro não acontecem há mais de nove meses. Em média, são registrados 6,5 roubos por mês na região (veja tabela abaixo).
O resultado, conforme explica o delegado, resulta da ação rápida e integrada das polícias Civil e Militar, através do PCNet e do Reds, um sistema que reúne a base de dados das polícias e do Corpo de Bombeiros. "Com a modernização do banco de dados, temos condição de responder rapidamente e coibir a criminalidade. A ação imediata, que antes era característica da PM, agora também pode ser realizada pela Polícia Civil, pois temos acesso à ocorrência no momento em que ela é registrada no sistema unificado."
Segundo o comandante da 99° Cia. de Polícia Militar, capitão Carlos Fonseca Pena (foto abaixo), muitas ações estão concentradas nas áreas em torno da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), principalmente nos horários de entrada e saída dos alunos. "É uma região onde há muitas ocorrências de roubo, praticadas, muitas vezes, por menores infratores. Eles têm facilidade em fugir pelo escadão que dá acesso ao Dom Bosco."
O capitão lembra, ainda, da dificuldade em prender os menores de idade. "É uma situação complicada. Muitas vezes a polícia apreende o infrator e ele acaba sendo liberado por causa da idade. É mais uma frente que precisamos combater. Estamos nos organizando através de dois comandos de patrulhamento, que irão facilitar o trabalho de identificação e captura desses menores."
O investimento em equipamentos, armas e viaturas também foi destacado pelo delegado e pelo capitão, por otimizar o trabalho operacional e de rua da equipe e manter os policiais motivados. Porém, o delegado, que está atualmente na sede da 2°Delegacia Distrital, no bairro São Mateus, reivindica uma sede para a Aisp 103 na Cidade Alta, para centralizar os trabalhos e fortalecer a integração com a PM.
Furto qualificado e arrombamento | 28,5% |
Crimes violentos | 33,5% |
Roubo ao transeunte | 27% |
Nova estratégia
Diante dos resultados referentes à incidência de criminalidade violenta na Zona Oeste, os responsáveis pela Aisp 103 apontam a necessidade de intensificar o combate a outros tipos de crime. "Temos muitas reclamações da Cemig e da Cesama em relação a furto de luz e água. Vamos definir novas estratégias para combater esse tipo de crime, que é muito prejudicial à população que cumpre as obrigações e paga as contas em dia", completa o delegado Eurico da Cunha Neto.
A estratégia a ser elaborada pelas polícias também pretende coibir crimes de ameaça, arrombamento e lesão corporal, dentre outros, e deve incluir ações nas boates e casas noturnas da região.*Patrícia Rossini é estudante de Comunicação Social da UFJF
Os textos são revisados por Madalena Fernandes
Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!