Sexta-feira, 8 de abril de 2011, atualizada às 17h22

Polícia Civil paralisa atividades na próxima terça-feira

Aline Furtado
Repórter

A Polícia Civil (PC) de Minas Gerais vai paralisar as atividades por 24 horas na próxima terça-feira, 12 de abril. A decisão foi deliberada durante assembleia realizada nesta sexta-feira, dia 8 de abril, em Belo Horizonte. "Faremos uma paralisação de advertência, a fim de chamar a atenção para a falta de compromisso por parte do governo do Estado. Minas Gerais tem o pior salário do país. Só para se ter uma ideia, em Brasília, um delegado tem piso salarial equivalente a R$ 13 mil, no Rio de Janeiro, R$ 17 mil, já em Minas, o salário bruto dos delegados é de R$ 5,7 mil", destaca o diretor do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil Regional Zona da Mata (Sindipol), Marcelo Armstrong.

Segundo ele, a defasagem salarial explica o fato de muitos delegados mudarem de carreira ou de Estado. "Com isso, chegamos à falta de profissionais. Em Juiz de Fora, por exemplo, contamos, atualmente, com 20 delegados. No caso da região Norte da cidade, temos apenas dois em uma área de 150 mil habitantes, quando deveríamos contar com quatro profissionais." Armstrong afirma que, além de delegados, o déficit atinge investigadores e escrivães.

Uma das reivindicações da categoria é o aumento salarial em, no mínimo, 50%. A classe luta pela equiparação salarial entre escrivães e investigadores, peritos e médicos legistas, além da equiparação do salário entre delegados e promotores. Os policiais civis cobram, ainda, a realização de concursos públicos para que o efetivo seja aumentado. "Cobramos o mesmo tratamento dado pelo governo à Polícia Militar, como infraestrutura, pessoal e assistência à saúde."

Com a paralisação, serviços de emissão de carteira de habilitação e verificação de boletim de ocorrência serão suspensos. Apenas 30% dos trabalhadores deverão realizar os atendimentos considerados essenciais, como flagrantes e cumprimentos de mandados judiciais.


Os textos são revisados por Thaísa Hosken